Mundo
Uruguai aprova lei que aumenta de 60 para 65 a idade para aposentadoria
Aprovação no Congresso se deu em paralelo à manifestações nas ruas contra a nova lei


O Senado do Uruguai aprovou nesta quinta-feira 27, a reforma da Previdência com 17 votos entre 28 senadores. O projeto de lei previamente aprovado pela Câmara dos Deputados aumenta a idade de aposentadoria de 60 para 65 anos.
A oposição apontou que a nova legislação terá como efeito que a população trabalhe mais para ganhar menos. Os legisladores da Frente Amplia destacaram, já no início da sessão, que não contavam com tempo suficiente para realizar o debate necessário sobre as alterações da Câmara dos Deputados no projeto de lei. “É muito difícil fazer uma discussão séria nessas condições”, apontou a senadora Liliam Kechichian.
O projeto de lei foi fortemente criticado por movimentos sociais e sindicais. A Central Obreira PIT-CNT convocou uma greve de 24h após a aprovação na Câmara, no último dia 24. A proposta foi classificada como “nefasta” pelos movimentos.
No entanto, a coalizão governista Coalición Multicolor defendeu a proposta como ultimato para as próximas gerações. “Todos sabemos que, se não houver reforma, não haverá aposentadoria para os jovens que começam sua vida profissional. Muito menos para os que hoje são crianças”, destacou o senador Sergio Botana, do Partido Nacional do presidente Luis Lacalle Pou. “E nem se fale nos que ainda não nasceram: esses não terão sequer alimentação em sua infância. Não terão acesso a recursos para uma boa educação”, disse.
A aprovação da lei impulsionada pelo governo de Luis Lacalle Pou representou uma vitória ao presidente direitista. Apenas alguns minutos após a aprovação, publicou um vídeo em suas redes sociais intitulado “Há reforma, há futuro”, reforçando tratar-se de uma reforma “justa e solidária”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.