União Africana suspende Níger e expressa reservas sobre intervenção armada

Na declaração, a UA enfatizou sua preferência por uma via diplomática para resolver a situação política no país

Registro do general Abdourahamane Tiani após o golpe no Níger. Foto: ORTN-Télé Sahel/AFP

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A União Africana (UA) suspendeu o Níger, que sofreu um golpe de Estado no final de julho, e manifestou reservas sobre uma possível intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no país, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (22) pelo bloco regional.

O Conselho de Paz e Segurança da UA (CPS), reunido em 14 de agosto, decidiu “suspender imediatamente a participação da República do Níger de todas as atividades da UA e dos seus órgãos e instituições até o efetivo restabelecimento da ordem constitucional no país”, afirma o documento publicado uma semana após o encontro.

No comunicado da UA, o CPS também “toma nota da decisão” da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) de “implantar uma força” no Níger, mas pede uma “avaliação das implicações econômicas, sociais e de segurança” dessa implantação.

A Cedeao anunciou na sexta-feira passada que está pronta para iniciar uma intervenção armada para restaurar a ordem constitucional no país, um importante aliado das nações ocidentais na luta contra os grupos jihadistas que atuam no Sahel.

Na declaração, a UA enfatizou sua preferência por uma via diplomática e expressou seu apoio ao “compromisso sustentado da Cedeao para restaurar a ordem constitucional por meios diplomáticos”.

A Cedeao anunciou em 10 de agosto a intenção de ativar uma força militar para “restaurar a ordem constitucional no Níger” após a queda do presidente Mohamed Bazoum.


Mas, por enquanto, não foram divulgados detalhes ou datas da operação. A organização regional tem reiterado que prefere encontrar uma solução diplomática para a crise, mas não descarta o uso da força, apesar das vozes contrárias de alguns de seus membros.

O novo homem forte do Níger, general Abdourahamane Tiani, alertou no sábado que uma “agressão” não seria “o caminho que alguns acreditam” e anunciou uma transição, de no máximo três anos, antes de devolver o poder aos civis.

Desde 2020, Mali, Guiné e Burkina Faso sofreram golpes de Estado na África Ocidental. O Níger é o quarto país da região a passar pela mesma situação.

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