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Unesco apresenta guia para regular plataformas digitais diante da desinformação

A organização considerou o desafio de se garantir acesso a informações confiáveis em um contexto de eleições gerais que serão realizadas em 81 países no próximo ano

Unesco apresenta guia para regular plataformas digitais diante da desinformação
Unesco apresenta guia para regular plataformas digitais diante da desinformação
Foto: ALAIN JOCARD / AFP
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Frente à intensificação da desinformação e discursos de ódio online, a Unesco anunciou, nesta segunda-feira 6, a publicação de um plano de ação para regulamentar as plataformas digitais, destinado tanto a Estados quanto ao setor privado, de olho em um ano eleitoral muito movimentado em 2024.

O acesso a informações confiáveis é um desafio, em um contexto em que eleições gerais serão realizadas em 81 países no próximo ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e considerando que as redes sociais se tornaram uma das principais fontes de informação para o público.

“A regulamentação das redes sociais é um desafio democrático”, disse a diretora-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Audrey Azoulay, em uma coletiva de imprensa em Paris.

“Para proteger o acesso à informação, devemos regular essas plataformas sem demora, protegendo ao mesmo tempo a liberdade de expressão e os direitos humanos”, acrescentou.

A agência da ONU, para elaborar essas diretrizes, se baseou em um amplo processo de consulta realizado entre agosto e setembro em 16 dos 81 países onde as eleições ocorrerão no próximo ano, em especial Índia e Estados Unidos, com a participação de quase 8.000 pessoas.

Oitenta e sete por cento dos entrevistados acreditam que a desinformação representa uma “ameaça real” e estão preocupadas com seu impacto nas próximas eleições. Esse temor é agravado pela inteligência artificial e pelo uso de algoritmos na moderação de conteúdo.

Embora 68% afirmem que a desinformação é mais disseminada nas redes sociais do que na mídia tradicional, essas mesmas plataformas são uma fonte de informações “frequente” para 56% das pessoas entrevistadas, à frente da televisão (44%).

Sessenta e sete por cento dos usuários da internet já se depararam com discursos de ódio online em plataformas como o Facebook, TikTok ou X (antigo Twitter), sobretudo no caso de pessoas LGBTQIA+ ou pertencentes a minorias étnicas.

“Esta é a primeira vez que existe um corpo global dedicado à desinformação, com medidas concretas para combater a desinformação online”, afirmou um diplomata da Unesco à AFP.

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