Mundo

Ucrânia anuncia retirada de 100 civis da usina Azovstal, em Mariupol

A área industrial de Azovstal é o último reduto de resistência ucraniana na cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, controlada pela Rússia

Imagens do bombardeio ao complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, na Ucrânia. Foto: Handout / Mariupol City Council / AFP
Apoie Siga-nos no

Quase 100 civis foram retirados do complexo siderúrgico de Azovstal, reduto das últimas forças ucranianas na cidade de Mariupol. O anúncio foi feito neste domingo (1°) pelo presidente Volodymyr Zelensky, após a ONU confirmar que uma operação estava sendo realizada no local.

“Começou a retirada de civis de Azovstal. O primeiro grupo de quase 100 civis já está a caminho de uma área controlada. Amanhã nos reuniremos com eles em Zaporijjia”, escreveu Zelensky em sua conta no Twitter.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que 80 civis deixaram a área industrial e foram levados para os territórios do leste controlados por Moscou. A operação está sendo realizada em coordenação com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), as tropas russas e as forças ucranianas.

A área industrial de Azovstal é o último reduto de resistência ucraniana na cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, controlada pela Rússia. As condições de vida na rede de túneis debaixo da siderúrgica, onde analistas acreditam que centenas de civis permanecem ao lado de combatentes ucranianos, foram descritas como desumanas. Os esforços anteriores para a retirada de civis fracassaram.

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo da operação que mostra civis chegando de ônibus à cidade de Bezimenne, entre a fronteira russa e Mariupol, onde foram acolhidos por enviados da ONU e do CICV sob vigilância de soldados russos.

O número de civis que foram retirados divergem: não está claro de onde vem a diferença, mas o Ministério da Defesa russo já havia anunciado no sábado (30) que cerca de 50 civis deixaram Azovstal.

Ataques em Kharkiv e Donetsk

Os bombardeios deste domingo em áreas de Kharkiv e Donetsk deixaram oito civis mortos, quatro deles na cidade de Lyman, perto dos combates e ameaçada pelo avanço russo, anunciaram as autoridades regionais. Segundo o governador da região, Pavlo Kyrylenko, sete civis ficaram feridos nesta cidade de onde o exército ucraniano se retirou recentemente.

Além disso, Kyrylenko informou que um civil foi morto em Bakhmut, uma cidade um pouco mais distante dos confrontos, e que havia quatro feridos em diferentes partes do leste da Ucrânia.

Oleg Sinegubov, governador de Kharkiv (noroeste), anunciou no Telegram que três civis morreram e oito ficaram feridos em bombardeios de áreas residenciais nesta cidade e em outras da região.

Zelensky, reconheceu recentemente que a situação na região de mineração de Donbass, no leste da Ucrânia, era “difícil” depois de se tornar o alvo prioritário das tropas russas, que entraram no país em 24 de fevereiro.

Bombardeio “bárbaro”

O destino dos civis de Mariupol atrai as atenções dos líderes mundiais. Neste domingo, durante a oração do Angelus na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco reiterou seu pedido para que corredores humanitários seguros sejam abertos.

“Meus pensamentos estão com a cidade ucraniana de Mariupol, bombardeada e destruída de forma bárbara. Eu reitero meu pedido de abertura de corredores humanitários seguros”, declarou o sumo pontífice.

“Não se deixem intimidar por assediadores”, afirmou a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em uma entrevista na Polônia depois de visitar a Ucrânia no sábado, onde se encontrou com o presidente Zelensky. Pelosi, que ocupa o terceiro cargo de representação mais importante do governo americano, depois do presidente Joe Biden e da vice-presidente Kamala Harris – expressou a solidariedade de seu país com a Ucrânia.

“O governo dos Estados Unidos é um líder no sólido apoio à Ucrânia na luta contra a agressão russa”, tuitou o presidente ucraniano em uma mensagem que inclui um vídeo que o mostra o momento em que recebeu Pelosi e a delegação do americana na entrada da sede da presidência em Kiev.

(Com informações da AFP)

 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo