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Ucrânia acusa Hungria de ajudar Putin na guerra

‘Com esta posição, a Hungria destrói a unidade da União Europeia’, declarou o porta-voz ucraniano

Putin e Orban. Fotos: Attila KISBENEDEK / AFP
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As autoridades ucranianas acusaram nesta quinta-feira a Hungria de “ajudar (o presidente russo Vladimir) Putin” na guerra, um dia após as declarações do primeiro-ministro Viktor Orban de que está disposto a comprar gás russo e pagar em rublos.

“Budapeste passou para a próxima etapa: ajudar Putin a continuar sua agressão contra a Ucrânia”, afirmou em um comunicado o porta-voz do ministério ucraniano das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko.

Ele acrescentou que, com esta posição, a Hungria “destrói a unidade da União Europeia” (UE).

As autoridades ucranianas entendem “as declarações húngaras (…) como uma postura hostil contra o nosso Estado”, reiterou, considerando que neste contexto era “cínico” propor, como fez a Hungria, organizar conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia em Budapeste.

“Se a Hungria quer realmente acabar com a guerra, isto é o que deve fazer: parar de destruir a unidade da UE, apoiar as novas sanções contra a Rússia e ajudar militarmente a Ucrânia”, acrescentou o porta-voz.

A UE estuda novas sanções que, pela primeira vez, afetarão o setor de energia, com um embargo sobre as compras de carvão russo e o fechamento dos portos europeus aos navios de Moscou.

Ucrânia pede mais armas aos países da Otan

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu nesta quinta-feira (7) aos países membros da Otan que forneçam mais armamento a seu país para combater e derrotar as forças russas.

“Venho pedir três coisas: armas, armas e armas. Quanto mais rápido forem entregues, mais vidas serão salvas e destruições evitadas”, declarou ao chegar à sede da Otan em Bruxelas para uma reunião com ministros das Relações Exteriores dos países membros da organização.

“A Ucrânia tem direito à defesa. Vamos escutar as necessidades que serão apresentadas por Dmytro Kuleba e conversar sobre como responder”, declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg.

O ministro ucraniano afirmou que serão necessários “aviões, veículos blindados e defesa antiaérea”.

“Sabemos lutar. Sabemos como vencer, mas sem um abastecimento constante e suficiente de todas as armas solicitadas pela Ucrânia, esta vitória vai impor enormes sacrifícios”, completou.

“Peço a todos os aliados que deixem de lado as hesitações, a relutância a fornecer à Ucrânia tudo que precisa”, insistiu.

“Está claro que a Alemanha pode fazer mais, levando em consideração suas reservas. Trabalhamos com o governo alemão para que forneça armas adicionais”, acrescentou.

Citada diretamente por Kuleba, a ministra alemã Annalena Baerbock afirmou que seu país apoia “a Ucrânia para ajudá-la em sua capacidade de defesa, mas é importante estabelecer uma coordenação, atuarmos juntos e não individualmente”.

Nesta quinta-feira também acontecerá uma reunião dos ministros dos países membros do G7, com a participação do chanceler japonês Yoshimasa Hayashi, na sede da Otan antes da reunião plenária da Aliança.

“O objetivo da reunião de hoje no G7 é garantir a manutenção da pressão sobre a Rússia”, disse a ministra canadense Mélanie Joly.

“Também queremos garantir que não existam rachaduras nos países ocidentais, que estamos coordenados”, declarou.

A União Europeia (UE) estuda novas sanções que devem afetar pela primeira vez o setor de energia, com um embargo às compras de carvão russo e o fechamento dos portos europeus aos navios de Moscou.

“O acordo será finalizado pelos embaixadores dos países da UE e será aprovado pelos ministros das Relações Exteriores na segunda-feira em Luxemburgo”, anunciou o chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, ao chegar à sede da Otan.

O petróleo não está neste novo pacote de sanções, mas o tema será abordado na segunda-feira em Luxemburgo e, mais cedo ou mais tarde, haverá uma decisão”, disse.

“É necessário impor um embargo sobre o petróleo e gás da Rússia. Espero que não sejam necessárias novas atrocidades para que estas sanções sejam decididas”, concluiu Kuleba.

 

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