Mundo
Japão e Havaí rebaixam alerta de tsunami após terremoto na Rússia
Ainda há riscos em diferentes regiões de países banhados pelo Oceano Pacífico; o tremor inundou uma cidade portuária russa


Autoridades do Japão e do estado do Havaí (EUA) rebaixaram os níveis de alerta para tsunami, horas depois de um tremor de magnitude 8,8 que atingiu a península de Kamchatka, na Rússia, e deixou inundada a cidade portuária russa de Severo-Kurilsk.
O incidente deixou em alerta países que são banhados pelo Oceano Pacífico na Ásia e Oceania e também na América do Sul, como o Equador e a Colômbia.
Os alertas para a região de Ibaraki, no leste do Japão, e para o sul, até Wakayama, foram rebaixados para “advertências”, informou a agência meteorológica do país.
Um tsunami com ondas de 1,3 metro atingiu Miyagi, um porto no norte do Japão, na costa do Pacífico, às 13h52 (1h52 no horário de Brasília), informou a agência horas antes.
Fukushima fechada
Diante dos alertas, o Japão optou por evacuar a usina nuclear de Fukushima. A estrutura está desativada desde 2011, quando foi atingida por um tsunami. Há, porém, trabalhadores que ainda atuam no complexo.
“Evacuamos todos os trabalhadores e funcionários” da usina de Fukushima, disse à AFP uma porta-voz da TEPCO, a empresa que opera a planta, que, no entanto, acrescentou que não foram observadas “anomalias” no local.
Japoneses evacuam parte do litoral após o alerta de tsunami causado pelo terremoto que atingiu a Rússia. Países da costa do Pacífico sentiram os tremores e foram afetados por grandes ondas.
Foto: Philip FONG / AFP
No Havaí, estado dos EUA que fica em um arquipélago no Pacífico, o nível foi rebaixado de “alerta” para “aviso” de tsunami, mas correntes e ondas fortes ainda eram registradas e as zonas costeiras estavam isoladas.
O terremoto de magnitude 8,8 na costa do Extremo Oriente da Rússia, um dos mais fortes já registrados, desencadeou tsunamis com ondas de quatro metros. Autoridades russas relataram feridos leves, mas nenhuma morte foi registrada no terremoto, o mais forte na região desde 1952.
O tremor ocorreu na manhã desta quarta-feira, na costa de Petropavlovsk (20h24 de terça-feira no horário de Brasília), na Península de Kamchatka, na Rússia, a uma profundidade de 19 quilômetros, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Cidade inundada
“Nossa fábrica está afundando sob a água!”, exclamou em lágrimas uma moradora da cidade portuária russa de Severo-Kurilsk. De uma colina, a mulher observa o edifício submerso da fábrica de processamento de frutos do mar Alaid e os contêineres flutuando, em um vídeo transmitido pelo canal de televisão Zvezda.
Quatro ondas de tsunami atingiram Severo-Kurilsk, segundo o prefeito do distrito das Ilhas Curilas do Norte, Aleksandr Ovsiannikov.
“O terremoto foi muito forte, em muitos apartamentos os móveis caíram, a louça quebrou”, contou por telefone ao jornal estatal Rossiyskaya Gazeta um morador de Severo-Kurilsk, Oleg Stuchinski.
“Não há pânico”, diz outro morador, Sergey Lakomov, afirmando que apenas turistas e aqueles que têm crianças pequenas se alteraram.
América do Sul
Na Colômbia, praias e zonas costeiras foram evacuadas nos departamentos (estados) de Nariño e Chocó diante do risco de correntes fortes e da possibilidade de tsunami. As autoridades pediram que as pessoas se dirijam a “lugares altos e distantes da costa”.
Todas as regiões colombianas com acesso ao Oceano Pacífico tiveram restrições no tráfego marítimo. Em outros dois departamentos colombianos, Cauca e Valle del Cauca, foi acionado o estado de “advertência” para tsunami. As primeiras ondas devem chegar à costa colombiana por volta das 10h locais (12h em Brasília).
Ainda na noite de terça-feira, o Equador ordenou a evacuação preventiva de praias, portos e zonas baixas nas turísticas ilhas Galápagos, a 1.000 km do continente.
(Com informações da AFP)
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