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Trump lança candidatura para eleições presidenciais de 2024

Parte dos conservadores aposta em outro possível candidato à Casa Branca: o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos

Foto: ALON SKUY / AFP
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Donald Trump anunciou sua candidatura à Casa Branca, lançando uma campanha que promete ser implacável no campo republicano, magoado e dividido pela decepção das recentes eleições de meio de mandato.

O ex-presidente entregou às autoridades eleitorais dos Estados Unidos sua candidatura às eleições presidenciais de 2024, um primeiro passo oficial.

Mas o grande anúncio ocorre esta noite em uma cerimônia no grande salão de recepção de sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

Sem onda vermelha

Quando chegou ao poder em novembro de 2016, poucos esperavam. E uma vez na Casa Branca, ele se livrou dos costumes para impor seu estilo presidencial.

Trump pode ter sua revanche contra Joe Biden, cuja vitória em 2020 ele nunca reconheceu e que também pretende concorrer, embora deva decidir no início do ano que vem.

O magnata deixou Washington depois que seus apoiadores invadiram o Capitólio. Mas optou por permanecer na arena política e continuar arrecadando fundos e realizando comícios em todo o país.

Antes das eleições de meio de mandato de 8 de novembro, Trump parecia determinado a aproveitar a derrota prevista para os democratas e o sucesso esmagador dos republicanos para voltar triunfante.

Mas a onda vermelha, a cor dos republicanos, com a qual os conservadores contavam, não aconteceu.

Os democratas mantêm o controle do Senado e, embora os republicanos provavelmente recuperem o controle da Câmara dos Representantes, será por uma margem menor do que pensavam.

Para piorar a situação, uma de suas aliadas mais próximas, Kari Lake, não conseguiu se eleger governadora do Arizona na segunda-feira.

Esses resultados decepcionantes, especialmente os de alguns dos candidatos apoiados por Trump, obscurecem seus planos presidenciais. Vozes republicanas influentes pediram inclusive que ele se afastasse da liderança do partido.

O ex-vice-presidente Mike Pence, que publica nesta terça-feira suas memórias, nas quais relata as pressões que sofreu para não certificar os resultados das eleições presidenciais de 2020, recusou-se a comentar se Trump deveria concorrer novamente, em uma entrevista à rede ABC.

“Isso depende do povo americano, mas acho que teremos melhores opções daqui para frente”, disse Pence, cujo nome também está entre os possíveis candidatos.

Duelo na Flórida?

Parte dos conservadores aposta em outro possível candidato à Casa Branca: o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos.

A nova estrela da extrema-direita saiu fortalecida das eleições de meio de mandato e alertou que sua luta está “apenas começando”.

Questionado sobre o que pensava da provável candidatura de Trump e dos comentários nada lisonjeiros que fez sobre ele, DeSantis respondeu pedindo “às pessoas que verifiquem o placar da terça-feira passada à noite”, dia da eleição.

No momento, Trump mantém uma popularidade inegável entre a base e as pesquisas continuam a mostrá-lo como o vencedor nas primárias republicanas.

Mas os inúmeros problemas legais do ex-presidente ameaçam sua volta à Presidência americana.

Trump é alvo de várias investigações por seu papel no ataque à sede do Congresso, em 6 de janeiro de 2021, e por sua gestão dos arquivos da Casa Branca, entre outros.

Mas ele, seguindo seu “instinto”, como sempre, sabe que até agora sobreviveu a todos os escândalos e ainda está de pé, apesar das inúmeras vezes em que o deram por derrotado.

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