Mundo
Trio vence o Nobel de Física por estudo sobre elétrons
O francês Pierre Agostini, o austríaco-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L’Huillier são os vencedores da categoria em 2023
O francês Pierre Agostini, o austríaco-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L’Huillier são os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2023 por suas pesquisas sobre o deslocamento dos elétrons dentro dos átomos e das moléculas.
Os físicos foram premiados por “métodos experimentais que geram pulsos de luz de attossegundos para o estudo das dinâmicas do elétron na matéria”, explicou o júri.
O attossegundo representa para o segundo o que o segundo representa para 30 bilhões de anos.
O trio “demonstrou uma forma de criar pulsos extremamente curtos de luz que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se deslocam ou mudam de energia”, acrescentou o júri.
“As contribuições dos laureados permitiram os estudos de processos que são tão rápidos que antes eram impossíveis de acompanhar”, completou o Comitê Nobel.
Pierre Agostini é professor da Ohio State University (Estados Unidos). Ferenc Krausz é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha.
Anne L’Huillier, apenas a quinta mulher a receber o Nobel de Física desde sua criação em 1901, é professora na Universidade Lund da Suécia.
“Estou muito emocionada (…) Não há muitas mulheres que recebem este prêmio, então é muito, muito especial”, disse L’Huillier, que recebeu a ligação da Real Academia Sueca de Ciências durante uma aula.
“Foi difícil terminar a aula”, admitiu.
O trio dividirá 11 milhões de coroas suecas (quase um milhão de dólares, cinco milhões de reais) e receberá o prêmio das mãos do rei Carl XVI Gustaf da Suécia, em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data da morte em 1896 do criador do prêmio, Alfred Nobel.
No ano passado, a Academia Sueca premiou o francês Alain Aspect, o americano John Clauser e o austríaco Anton Zeilinger, pioneiros dos mecanismos revolucionários da Física Quântica.
Na segunda-feira, o Nobel de Medicina foi atribuído à húngara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman por estudos que possibilitaram o desenvolvimento as vacinas de RNA mensageiros, cruciais na luta contra a covid-19.
A semana do Nobel prossegue na quarta-feira com o prêmio de Química. Na quinta-feira será anunciado o vencedor de Literatura e na sexta-feira o Nobel da Paz. Na próxima segunda-feira (9), o prêmio de Economia encerra a temporada.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Responsáveis pela tecnologia da vacina da Covid-19 ganham Nobel de Medicina
Por CartaCapital
Super-ricos não pagam a parte que cabe a eles no Brasil, diz ganhador do Nobel
Por Victor Ohana


