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Terremoto na Indonésia deixa mais de 160 mortos e centenas de feridos

O epicentro do terremoto foi registrado perto da cidade de Cianjur, que fica 110 quilômetros ao sudeste de Jacarta, de acordo com o Centro Geológico dos Estados Unidos

Créditos: STR / AFP
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O terremoto ocorrido na Indonésia nesta segunda-feira 21 deixou pelo menos 162 mortos – informaram o governador da província de Java Ocidental, a mais afetada pelo tremor, e uma autoridade local.

O epicentro do terremoto foi registrado perto da cidade de Cianjur, que fica 110 quilômetros ao sudeste de Jacarta, de acordo com o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).

“Lamento informar que 162 morreram”, disse o governador de Java Ocidental, Ridwan Kamil, em um vídeo ao qual a AFP teve acesso.

Adam, um porta-voz da administração da cidade de Cianjur em Java Ocidental, que como muitos de seus compatriotas não tem sobrenome, confirmou esse balanço.

No entanto, a agência indonésia de gestão de desastres ainda fala de 62 mortes (depois de ter revisado para cima o número anterior de 56 mortes).

Segundo la agência, mais de 2.000 residências foram danificadas e mais de 5.000 habitantes foram resgatados.

Anteriormente, Ridwan Kamil havia afirmado que a eletricidade havia sido parcialmente restaurada à noite, mas sem especificar se isso acontecia devido a geradores ou porque a rede elétrica estava funcionando.

Por enquanto, as autoridades relataram pelo menos 700 feridos, mas alertaram que o saldo pode ser muito maior.

Agus Azhari, de 19 anos, estava com sua mãe idosa na casa da família quando a sala foi destruída em questão de segundos. As paredes desabaram parcialmente, assim como o telhado.

“Agarrei minha mãe pela mão e corremos para fora”, explicou o jovem. “Ouvi pessoas gritando e pedindo ajuda em todos os lugares ao meu redor”, disse à AFP.

Sem pessoal sanitário suficiente

Herman Suherman, chefe da administração de Cianjur, declarou ao canal Metro TV que a cidade registra um fluxo constante de vítimas.

“Há muitas famílias nas cidades que não puderam ser retiradas”, disse.

De acordo com ele, o hospital Sayang de Cianjur está sem energia elétrica e os médicos não conseguem operar as vítimas. O centro médico precisa de mais profissionais para atender o grande número de feridos.

Moradores da cidade transportavam as vítimas para o hospital em seus carros e motos. Os corpos dos mortos eram deixados diante do estabelecimento, sob uma lona.

Estabelecimentos comerciais, um hospital e uma escola islâmica da cidade sofreram grandes danos durante o terremoto, segundo a imprensa local.

O chefe da polícia de Cianjur, Doni Hermawan, disse à Metro TV que as autoridades resgataram uma mulher e seu bebê, vítimas de um deslizamento de terra, mas outra pessoa, gravemente ferida, morreu.

Prédios evacuados em Jacarta

A agência meteorológica da Indonésia afirmou ter registrado 62 tremores secundários em Cianjur, com magnitudes entre 1,8 e 4.

O tremor também foi sentido em Jacarta, mas as autoridades não relataram vítimas ou danos consideráveis na cidade.

Várias pessoas correram para as ruas. Mayadita Waluyo, advogada de 22 anos, descreveu cenas de pânico.

“Estava trabalhando quando o chão tremeu. Senti claramente o abalo”, disse.

A Indonésia registra com frequência terremotos por estar localizada na região conhecida como “círculo de fogo” do Pacífico.

Em 2018, mais de 550 pessoas morreram em um terremoto que afetou as ilhas de Lombok e Sumbawa.

No mesmo ano, um tremor de 7,5 graus de magnitude provocou um tsunami que atingiu Palu, na ilha de Sulawesi, e deixou 4.300 mortos o desaparecidos.

Em 2006, a ilha de Java sofreu um terremoto de 6,3 graus, uma tragédia que provocou 6.000 mortes e dezenas de milhares de feridos.

Mas o país continua marcado pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004, de 9,1 gaus de magnitude, na costa de Sumatra.

O tremor desencadeou um tsunami devastador que matou 220.000 pessoas na região, incluindo 170.000 na Indonésia, uma das maiores catástrofes naturais registradas na história.

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Créditos: TIMUR MATAHARI / AFP

Créditos: STR / AFP

Créditos: ADEK BERRY / AFP

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