Suíços querem limitar entrada de imigrantes no país

Nas urnas, 50,3% da população dizem "sim" à proposta de partido populista de direita contra a "imigração em massa" na Suíça. Principais afetados serão cidadãos europeus

Cartaz eleitoral para o "Stop Mass Immigration", referendo contra a imigração em massa proposta pelo populista de direita Partido Popular Suíço (SVP)

Apoie Siga-nos no

Por uma maioria bastante apertada, apenas 50,3%, os suíços aprovaram neste domingo 9 a iniciativa “contra a imigração em massa”, proposta pelo populista de direita Partido Popular Suíço (SVP), que pretende limitar o número de imigrantes no país. O governo em Berna tem agora um prazo de três anos para elaborar regras mais rígidas a fim de coibir a fixação de estrangeiros na Suíça, medida que deverá afetar principalmente cidadãos da União Europeia (UE).

O governo também deverá realizar mudanças no acordo de livre circulação de pessoas, assinado em 1999 com a União Europeia. Não existem números concretos sobre o limite da imigração. A iniciativa prevê, no entanto, que o contingente migratório deve considerar “os interesses econômicos” do país.

Em Bruxelas, a UE já havia anunciado que não iria aceitar uma infração de acordos vigentes. Por esse motivo, a Comissão Europeia já colocou em questão o acesso privilegiado da Suíça ao mercado único do bloco.

Bastante popular
Desde que o acordo de livre circulação de pessoas entre a Suíça e a UE entrou em vigor, no ano de 2002, cerca de 80 mil cidadãos do bloco europeu vêm se estabelecendo anualmente na Suíça – dez vezes mais do que o esperado pelo governo em Berna.

Atualmente, a república alpina conta com 8,1 milhões de habitantes e uma porcentagem de estrangeiros que gira em torno de 25% – cifra três vezes maior do que a da Alemanha. Aproximadamente 1,25 milhão dos estrangeiros na Suíça são provenientes de países da UE. A maioria vem da Itália e da Alemanha.

O SVP, o partido mais forte no Parlamento, acusa o governo de ter perdido o controle sobre as regras de imigração. Isso teria levado a consequência fatais, afirma o SVP, como baixos salários para trabalhadores locais, sobrecarga dos sistemas de saúde, educação, transporte, como também à falta de moradias, urbanização exacerbada e uma queda generalizada da qualidade de vida.


No entanto, a imigração de mão de obra especializada vinda de países próximos, juntamente com a vantajosa norma que garante livre acesso das empresas suíças ao gigantesco mercado europeu, são considerados os principais fatores que impulsionaram o crescimento econômico da Suíça nos últimos anos. Metade das exportações do país tem como destino países da UE.

CA/afp/dpa

  • Edição Mariana Santos

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.