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‘Sinal errado do Brasil para o mundo’, diz líder da UE sobre aprovação do Marco Temporal

Anna Cavazzani, vice-presidente da delegação para relações com o Brasil do Parlamento Europeu, afirmou que a lei leva ‘a assinatura do lobby do agronegócio’

‘Sinal errado do Brasil para o mundo’, diz líder da UE sobre aprovação do Marco Temporal
‘Sinal errado do Brasil para o mundo’, diz líder da UE sobre aprovação do Marco Temporal
Foto: Carl de Souza / AFP
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A deputada alemã Anna Cavazzini, vice-presidente da delegação para relações com o Brasil do Parlamento Europeu, afirmou, nesta quarta-feira 31, que a aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal, que dificulta a demarcação de terras indígenas, é um “sinal errado” do Brasil para a comunidade internacional. 

Ao jornalista Jamil Chade, do UOL, Cavazzini alertou para o fato de que o aval ao PL é “um desastre para os povos indígenas e sua luta por seus territórios”.

“Essa lei leva a assinatura do lobby do agronegócio, o que tornará o mandato do presidente Lula mais do que difícil”, afirmou a alemã.

Ela sinalizou, porém, que “ainda há esperança de que o Senado e o Supremo Tribunal Federal impeçam a Lei do Marco Temporal com suas consequências catastróficas para as florestas e os direitos indígenas”.

A deputada, também presidente do comitê do Parlamento sobre mercado interno e proteção ao consumidor, acrescentou que a sinalização é negativa para a comunidade internacional, especialmente pelo fato de os direitos indígenas estarem “no topo da agenda”.

Parte significativa do respaldo internacional à vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) vem do apoio, expresso por governos e entidades ligadas à questão climática e aos direitos indígenas, à agenda da atual gestão federal nessas áreas.

O grupo parlamentar formado pelos partidos Verdes e Aliança Livre Europeia, do qual Cavazzini faz parte, também criticou a aprovação da medida pelos deputados brasileiros e destacou o aspecto negativo da possibilidade de esvaziamento dos poderes dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. O grupo conta com 72 deputados de toda a Europa e é o quarto maior do Parlamento Europeu.

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