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Rússia promove um dos mais intensos ataques aéreos à Ucrânia desde o início da guerra

Foram lançados 81 mísseis e 8 drones, que atingiram 10 regiões da Ucrânia, inclusive a capital, Kiev; usina em Zaporíjia, a maior da Europa, foi desconectada da rede elétrica

Foto: Vadim Belikov/ AP Photo
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A Rússia promoveu um dos mais intensos ataques à Ucrânia na madrugada desta quinta-feira 9, desde que o conflito entre os dois países teve início, em fevereiro do ano passado. Até o momento, nove pessoas morreram.

Segundo o governo ucraniano, os ataques atingiram 10 das 24 regiões do país. Foram lançados 81 mísseis – sendo 6 hipersônicos, que não podem ser abatidos – e 8 drones. A Força Aérea da Ucrânia informou que conseguiu abater 34 mísseis e 4 drones. Sirenes soaram em várias cidades da Ucrânia, antes mesmo do ataque começar.

O governo da Ucrânia informou que os ataques atingiram Kiev, a capital do país, Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, e a cidade portuária de Odessa, no Mar Negro. Em Lviv, no oeste do país, cinco pessoas morreram. 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, disse que os russos “não conseguirão evitar a responsabilização por tudo o que têm feito”. 

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, informou que o bombardeio foi “uma resposta aos atos terroristas organizados por Kiev em Briansk”. No último dia 2, um ataque aconteceu em duas vilas russas, Liubechan e Suchani, próximas à fronteira com a Ucrânia. Uma pessoa foi morta depois que 40 soldados invadiram os locais e atiraram. A Rússia atribui os ataques a russos pró-Ucrânia.

Segundo o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, 40% dos moradores da capital ucraniana estão sem aquecimento por conta dos ataques. A cidade, como toda a Europa, está no período do inverno.

Ataque à infraestrutura energética

Os bombardeios desta madrugada tiveram como alvo a infraestrutura de energia da Ucrânia. Essa é uma estratégia que a Rússia vem adotando, pelo menos, desde outubro do ano passado, quando lançou 84 mísseis contra alvos energéticos ucranianos. Nesta quinta-feira, os ataques interromperam o fornecimento de energia da maior usina nuclear da Europa, a de Zaporíjia.

De acordo com a empresa estatal de energia de Ucrânia, a Energoatom, “a última linha de força entre a usina ocupada de Zaporíjia e o sistema ucraniano foi cortada em consequência dos ataques de mísseis”. A usina só foi reconectada horas depois do ataque, no final da tarde na Ucrânia (final da manhã, no horário do Brasil). Depois dos ataques de hoje, todas as regiões da Ucrânia sofreram blecaute. 

Essa foi a sexta vez que a usina foi desconectada da rede elétrica ucraniana. Segundo a empresa, a usina está funcionando através de geradores a diesel, que só são capazes de abastecer o local por dez dias. A Rússia, por sua vez, comunicou, através da empresa estatal Rosenergoatom, que “não há ameaça ou perigo de um incidente nuclear”. 

O risco de acidente nuclear é uma questão particularmente preocupante no contexto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Tratando da questão, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse que “se permitimos que esta situação se prolongue, um dia a nossa sorte mudará”. Nesta quinta-feira, ele se disse “atônito com a complacência” da própria organização que lidera. No final de janeiro, Grossi classificou o risco de acidente nuclear como “muito elevado”.

Números do conflito

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial, o Instituto Internacional de Estudos Energéticos, a Escola de Economia de Kiev e o governo da Noruega, o conflito entre Rússia e Ucrânia, até o momento, já deixou 8 milhões de pessoas em condição de refugiadas. 

Do ponto de vista econômico, ao contrário das previsões iniciais, o conflito tem sido mais prejudicial à economia ucraniana do que à economia russa, apesar da pouca transparência dos dados russos. 

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