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Rússia derruba petição no Conselho de Segurança para investigar massacre no Mali

Moscou, apoiado por Pequim, “não viram a necessidade” desse texto, considerado “prematuro”, um dia depois de as autoridades malianas abrirem uma investigação

Conselho de segurança da ONU. Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP
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A Rússia barrou um pedido ao Conselho de Segurança da ONU para realizar  “investigações independentes” sobre um suposto massacre de centenas de civis no final de março em Moura, Mali, pelo Exército do Mali e paramilitares russos, afirmaram fontes diplomáticas neste sábado (9) à AFP.

Essa exigência estava em um comunicado elaborado pela França, que foi submetido ao Conselho de Segurança para aprovação na sexta-feira. A Rússia, apoiada pela China, se opôs, segundo vários diplomatas.

Moscou e Pequim “não viram a necessidade” desse texto, considerado “prematuro”, um dia depois de as autoridades malianas abrirem uma investigação, disse um dos diplomatas à AFP sob condição de anonimato.

Em um comunicado divulgado em Moscou na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia parabenizou o Mali por sua “importante vitória” contra o “terrorismo” e chamou de “desinformação” as alegações de massacres de civis pelas forças malianas, bem como as relacionadas à participação de mercenários russos da empresa privada Wagner na operação.

A declaração proposta ao Conselho de Segurança enfatizou uma “profunda preocupação” dos seus membros “com relatos de violações e abusos de direitos humanos no Mali, em particular aqueles alegadamente realizados contra civis em Moura, na região de Mopti, de 27 a 31 de março de 2022″.

O rascunho do texto obtido pela AFP pedia a “todas as partes no Mali a porem um fim imediato a essas violações e abusos e cumprirem suas obrigações sob a lei internacional aplicável”.

Também pediu “investigações sérias e independentes para esclarecer os fatos, encontrar os responsáveis por essas violações e abusos e levá-los à justiça”.

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, questionou a versão das autoridades malianas sobre os eventos de Moura e pediu uma “investigação das Nações Unidas”.

Em um relatório, a ONG Human Rights Watch relatou a execução sumária de 300 civis por soldados malianos ligados a combatentes estrangeiros entre 27 e 31 de março em Moura.

As autoridades malianas afirmam terem “neutralizado” 203 jihadistas nesta cidade no centro do Mali, onde a ONU pede sem sucesso há mais de uma semana acesso para investigar no terreno, sob seu mandato definido pelo Conselho de Segurança.

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