Mundo
Na ONU, Brasil destaca o peso global das sanções à Rússia e critica a atuação do Conselho de Segurança
Segundo Ronaldo Costa Filho, ‘promover a conformidade com o direito internacional, proteger civis e clamar pela paz são objetivos que deveriam nos unir’
O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, afirmou nesta terça-feira 5 que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não consegue “falar em uma só voz” durante a guerra na Ucrânia. Falha, assim, “em seu papel de apoiar os esforços para promover um diálogo construtivo entre as partes”.
Segundo Costa Filho, “promover a conformidade com o direito humanitário internacional, proteger civis e clamar pela paz são objetivos que deveriam nos unir, em vez de nos dividir”. Em reunião do Conselho, ele também destacou o peso global das punições impostas à Rússia pelo Ocidente.
“Este conflito – e as sanções a ele associadas – têm impacto no mundo inteiro, especialmente pelo aumento de preços de combustíveis, gás, grãos e fertilizantes. A insegurança alimentar se tornou uma ameaça ainda maior para os mais pobres, em especial nos países em desenvolvimento”, pontuou o embaixador. “Quanto mais durar este conflito, maior será o risco de novas instabilidades, fome e devastação, na Ucrânia e ao redor do mundo.”
Costa Filho declarou ser “hora de voltar ao caminho do diálogo e da diplomacia para uma solução pacífica” e ressaltou que “objetivos geopolíticos não podem superar os esforços pela paz nem prolongar o sofrimento humano provocado pela guerra”.
No 41º dia da guerra russa na Ucrânia, o embaixador brasileiro lamentou as “terríveis imagens de sofrimento humano” e defendeu uma investigação independente de todas as violações reportadas, com a colaboração completa das duas partes do conflito, sem pré-julgamentos sobre qualquer conclusão”.
Antes da participação do Brasil, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elevou o tom das críticas à Rússia em seu pronunciamento. Ele tornou a pedir que Moscou seja responsabilizada pelas ações em território ucraniano e também fez críticas à atuação do Conselho de Segurança da ONU.
O embaixador da Rússia, por sua vez, afirmou que as tropas de Vladimir Putin não estão na Ucrânia para “conquistar territórios” e alegou ter viabilizado a saída de 600 mil pessoas do território ucraniano para áreas russas.
“Viemos à Ucrânia não para conquistar territórios, mas para trazer a tão aguardada paz para a região de Donbass, que sofre um banho de sangue”, disse Vassily Nebenzia . “Precisamos cortar o tumor maligno nazista que está consumindo a Ucrânia. Atingiremos esse objetivo, não há outro resultado.”
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.