Mundo
‘Rússia dará resposta imediata a quem tentar interferir’, diz Putin após anunciar operação militar na Ucrânia
O presidente russo também declarou não querer a ‘ocupação’ da Ucrânia, mas sim uma ‘desmilitarização’
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira 24 uma operação militar na Ucrânia para defender os separatistas no leste do país.
“Tomei a decisão por uma operação militar”, declarou Putin em uma mensagem televisionada inesperada pouco antes da meia-noite pelo horário de Brasília.
Na mensagem, o mandatário russo pediu aos militares ucranianos que “deponham as armas”. A ação ocorrerá na região de Donbass, onde ficam as repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência foi reconhecida por Putin no início desta semana.
“As circunstâncias nos obrigam a tomar medidas decisivas e imediatas. As repúblicas populares de Donbass pediram ajuda à Rússia. A este respeito, de acordo com o artigo 51, parte sete da Carta da ONU, com a sanção do Conselho da Federação e em cumprimento de tratados de amizade e assistência mútua com a RPD e a RPL, ratificados pela Assembleia Federal, tomei a decisão por realizar uma operação militar especial”, disse Putin no pronunciamento.
O presidente russo também afirmou que o país responderá imediatamente a qualquer ameaça externa e declarou não querer a “ocupação” da Ucrânia, mas sim uma “desmilitarização”.
“Quem tentar interferir conosco e criar ameaças contra o nosso país e nosso povo deve saber que a Rússia dará uma resposta imediata”, prosseguiu Putin.
Ele também alertou que a responsabilidade por qualquer derramamento de sangue estará na consciência do governo ucraniano.
“Todas as decisões já foram tomadas. É necessário se adaptar às mudanças que aconteçam. A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos.”
EUA respondem
A Casa Branca emitiu um comunicado na noite desta quarta-feira 23 – madrugada da quinta 24 no Brasil – em que condena a decisão de Putin.
Segundo o presidente norte-americano, Joe Biden, “Putin escolheu uma guerra que trará perdas de vidas e sofrimento”. O mandatário também afirma que os Estados Unidos e seus aliados “responderão de forma unida e decisiva” e que “o mundo responsabilizará a Rússia”.
Diz ainda o comunicado de Biden: “As orações de todo o mundo estão nesta noite com o povo da Ucrânia, que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e pela destruição que este ataque trará”.
Biden declarou, por fim, que continuará a receber “atualizações regulares da equipe de segurança nacional” e que se encontrará nesta quinta com seus “colegas do G7 pela manhã” para, na sequência, anunciar à população norte-americana “as outras consequências que os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros imporão à Rússia por esse ato desnecessário de agressão contra a Ucrânia e a paz e a segurança globais”.
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