O líder da milícia Wagner, Yevgeny Prigozhin, irá para Belarus, um movimento que resulta do acordo intermediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, para encerrar a rebelião deflagrada pelo grupo russo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou neste sábado 24 que o processo criminal aberto contra Prigozhin devido ao motim será arquivado e os integrantes do Wagner não enfrentarão ações legais, em reconhecimento por seus “serviços anteriores”.
Segundo Peskov, os membros do Wagner que ainda não assinaram contratos com o Ministério da Defesa adotarão a medida, em um esforço do Kremlin para controlar todas as forças “voluntárias” até 1º de julho.
Apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ter prometido uma punição contra os rebelados, Peskov afirmou que o acordo mediado por Belarus tinha um “objetivo maior”, o de evitar confronto e derramamento de sangue. O porta-voz se referiu ao dia, por fim, como “trágico”.
Horas antes, os milicianos do Wagner recuaram de seu avanço rumo a Moscou, após um dia de caos em que as tropas da Ucrânia aproveitaram para fazer novas incursões por áreas tomadas pela Rússia.
Prigozhin anunciou que seus homens voltaram às bases a fim de supostamente evitar um banho de sangue.
“Agora é a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornar aos acampamentos”, declarou o líder do grupo, em mensagem publicada no aplicativo Telegram. Dezenas de russos ovacionaram os milicianos em frente ao quartel-general de Rostov.
Desde o anúncio da rebelião, na véspera, os homens do Wagner estavam presentes em três regiões russas: Rostov, Voronej e Lipetsk.
Antes do anúncio de Prigozhin, Alexander Lukashenko, aliado de Putin, declarou que havia negociado com o líder paramilitar para “deter os movimentos” e evitar uma nova escalada.
Com o desfecho, Putin conversou com Lukashenko e agradeceu ao aliado “pelo trabalho realizado”, segundo a Presidência de Belarus.
O líder do grupo Wagner havia anunciado horas antes a ocupação do quartel-general do Exército russo em Rostov, centro nevrálgico das operações na Ucrânia.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a rebelião dos mercenários mostra “a fragilidade evidente” da Rússia, e que seu país “é capaz de proteger a Europa de uma contaminação do mal e do caos russos”.
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