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Milicianos do Wagner recuam de marcha para Moscou; Putin agradece a Lukashenko pelo desfecho
Desde o anúncio da rebelião, na véspera, os homens do grupo estavam presentes em três regiões russas: Rostov, Voronej e Lipetsk
Os integrantes da milícia russa Wagner recuaram neste sábado 24 de seu avanço rumo a Moscou, após um dia de caos em que as tropas da Ucrânia aproveitaram para fazer novas incursões por áreas tomadas pela Rússia.
O líder paramilitar Yevgeny Prigozhin anunciou que seus homens voltaram às bases a fim de supostamente evitar um banho de sangue.
“Agora é a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornar aos acampamentos”, declarou Prigozhin, em mensagem publicada no aplicativo Telegram. Dezenas de russos ovacionaram os milicianos em frente ao quartel-general de Rostov.
Desde o anúncio da rebelião, na véspera, os homens do Wagner estavam presentes em três regiões russas: Rostov, Voronej e Lipetsk.
Antes do anúncio de Prigozhin, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Vladimir Putin, declarou que havia negociado com o líder paramilitar para “deter os movimentos” e evitar uma nova escalada.
Com o desfecho, Putin conversou com Lukashenko e agradeceu ao aliado “pelo trabalho realizado”, segundo a Presidência de Belarus.
O presidente russo também prometeu punir a “traição” do líder do Wagner, que se rebelou contra o comando militar de Moscou. Diante de seu maior desafio desde que chegou ao poder, no fim de 1999, Putin se dirigiu em tom marcial à nação e afirmou que a rebelião representava uma “punhalada”.
Em mensagem de áudio, Prigozhin reagiu e declarou que Putin “está profundamente equivocado”.
Nas redes sociais, espalharam-se rumores de que Putin teria abandonado Moscou, mas seu porta-voz afirmou que ele estava trabalhando no Kremlin.
O líder do grupo Wagner havia anunciado horas antes a ocupação do quartel-general do Exército russo em Rostov, centro nevrálgico das operações na Ucrânia.
Autoridades regionais de Rostov e Lipetsk, a 400 quilômetros ao sul de Moscou, pediram que a população permanecesse em casa. À tarde, combatentes do Wagner foram vistos na região de Lipetsk.
Para apoiar Putin, o líder da república russa da Chechênia, Ramzan Kadirov, anunciou que enviaria seus combatentes às “zonas de tensão”.
Em meio à situação na Rússia, o Exército da Ucrânia lançou ofensivas em várias direções contra as forças de Moscou na frente leste e realizou novos avanços, de acordo com o Ministério da Defesa. O Exército russo, por sua vez, anunciou ter repelido nove ataques no sul e no leste da Ucrânia nas últimas 24 horas.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a rebelião dos mercenários mostra “a fragilidade evidente” da Rússia, e que seu país “é capaz de proteger a Europa de uma contaminação do mal e do caos russos”.
Em reação ao Wagner, o Ministério Público russo abriu uma investigação criminal devido à “tentativa de organizar um motim armado”, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
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