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Rússia admite ter atacado porto de Odessa, na Ucrânia

O bombardeio ocorreu apenas horas após Moscou e Kievassinarem um acordo, mediado pela ONU e a Turquia, para permitir escoamento dos cereais ucranianos bloqueados devido à guerra

Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin. Fotos: STR/Ukrainian Presidential Press Service/AFP e Sergei Guneyev/Sputnik/AFP
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O governo russo confirmou neste domingo 24 que atacou no dia anterior o porto de Odessa com mísseis, destruindo “infraestruturas militares” no terminal no Mar Negro, ponto vital para a exportação de grãos ucranianos.

O bombardeio ocorreu apenas horas após Moscou e Kievassinarem um acordo, mediado pela ONU e a Turquia, para permitir escoamento dos cereais ucranianos bloqueados devido à guerra.

“Mísseis Kalibr destruíram a infraestrutura militar do porto de Odessa, com um ataque de alta precisão”, escreveu a porta-voz do Ministério do Exterior russo, Maria Zakharova, em sua conta no Telegram.

Zakharova afirmou que os mísseis destruíram, entre outros alvos, um “barco militar” ucraniano, sem dar detalhes ou provas.

Depósito de mísseis antinavio

A declaração desmente informação do dia anterior, quando a Rússia negou à Turquia que estivesse envolvida no ataque. “Os russos nos disseram que não tinham absolutamente nada a ver com o ataque e que estavam estudando o assunto muito de perto”, disse no sábado o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.

Pouco depois, o porta-voz do Exército russo, general Igor Konashenkov, forneceu mais informações sobre o ataque, dizendo que não apenas destruiu uma embarcação militar, que ele identificou como um “navio de guerra no cais do porto”, mas também um depósito de mísseis antinavio Harpoon fornecidos pelos Estados Unidos. “Outras instalações para o reparo e modernização das forças navais ucranianas também foram inutilizadas”, acrescentou Konashenkov, em entrevista coletiva citada pela agência de notícias Interfax.

“Barbárie”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, denunciou o ataque a Odessa como “barbárie” flagrante que, segundo ele, demonstrou que Moscou não é confiável para implementar o acordo de sexta-feira.

Após o bombardeio, a Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia, e colocar em risco o acordo assinado na sexta-feira em Istambul, sob a mediação da organização internacional e daquele país, para a retomada do exportações de grãos bloqueadas pelo conflito.

Segundo autoridades ucranianas, dois mísseis caíram na zona portuária de Odessa e outros dois foram abatidos pela defesa antiaérea antes de atingirem o seu alvo.

O ataque também foi condenado duramente pelo governo dos EUA, que já havia culpado a Rússia pelo bombardeio. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que o ato gera “sérias dúvidas sobre a credibilidade do compromisso da Rússia com o acordo sobre exportações de grãos firmado com Kiev.

“O bombardeio mina os esforços da ONU, Turquia e Ucrânia para levar alimentos essenciais aos mercados mundiais”, disse, frisando que a Rússia é responsável pelo agravamento da crise alimentar global e que Moscou aprovou o acordo e “agora tem o dever de implementá-lo integralmente”.

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