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Republicanos da Câmara aprovam projeto que amplia muro na fronteira EUA-México

O projeto prevê retomar a construção do muro fronteiriço iniciado pelo ex-presidente Donald Trump, mas tem chance menor de prosperar no Senado, com maioria democrata

Migrantes fazem fila para passar pelo portão 42 para embarcar em vans depois de esperar ao longo do muro da fronteira para se renderem aos agentes da patrulha dos EUA em busca de asilo. Foto: Patrick T. Fallon / AFP
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Os legisladores republicanos aprovaram, nesta quinta-feira (11), um projeto de lei na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que aumenta o muro na divisa com o México e restringe o acesso ao asilo, coincidindo com fim da restrição fronteiriça vinculada à pandemia.

O Partido Republicano acusa os democratas de terem perdido o “controle operacional” da fronteira e acredita que a situação vai piorar quando deixar de vigorar o Título 42, uma regra implementada durante a emergência de saúde para frear a transmissão de covid-19, mas que foi utilizada quase 2,8 milhões de vezes para expulsar imigrantes ao impedi-los de pedir asilo.

Com 219 votos a favor e 213 contrários, os republicanos aprovaram a chamada Lei de Segurança da Fronteira de 2023. O projeto prevê retomar a construção do muro fronteiriço iniciado pelo ex-presidente Donald Trump, mas tem poucas chances de prosperar no Senado, onde os democratas têm maioria, e o próprio presidente Joe Biden já adiantou que vai vetá-lo se um dia ele chegar à sua mesa.

Os republicanos “tomam medidas para lidar com o caos nas fronteiras […] apresentando uma legislação que apoiará nossos agentes […] e colocará fim à crise fronteiriça de Biden”, afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

O projeto de lei também cria obstáculos para o acesso ao asilo e às permissões humanitárias temporárias nos Estados Unidos, estabelecendo uma série de condições para a tramitação dos pedidos.

Além disso, ele endurece os requisitos para as chamadas entrevistas de “elegibilidade”, nas quais é avaliada a possibilidade de a pessoa ser perseguida ou torturada caso retorne a seu país.

Também autoriza a retenção das famílias de imigrantes em centros de detenção até que um juiz decida sobre seus casos, e aprova a deportação para um país que não seja o de sua nacionalidade nem o último onde tenham residido.

Apesar da grande chance de o projeto se tornar letra morta, o texto poderia ser usado como ponto de partida para eventuais negociações entre os partidos sobre a reforma migratória.

Na semana passada, um grupo de senadores apresentou um projeto de lei – apoiado por republicanos e democratas moderados – que prolongaria o Título 42, reformulado, por dois anos, independentemente de qualquer emergência de saúde pública.

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