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Reino Unido: favorito para suceder Boris Johnson, secretário de Defesa desiste de concorrer ao cargo

Sua saída reforça a candidatura do ex-ministro das Finanças Rishi Sunak

O ministro da Defesa britânico Ben Wallace em foto de setembro de 2020. Favorito para a direção do Partido Conservador após demissão do primeiro-ministro Boris Johnson, ele anunciou por redes sociais ter desistido de concorrer ao cargo neste sábado, 9 de julho de 2022. Foto: Daniel LEAL / AFP
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Um novo capítulo na novela da sucessão do ex-premiê britânico, Boris Johnson, e pela direção do Partido Conservador começou neste sábado (9). O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, dado como favorito, anunciou que desistiu de se candidatar. Sua saída reforça a candidatura do ex-ministro das Finanças Rishi Sunak.

“Eu tomei a decisão de não entrar na corrida para a direção do Partido Conservador”, escreveu Wallace no Twitter, explicando que queria se concentrar em sua função atual e “garantir a segurança do país”.

O único consenso, por ora, entre conservadores é que quanto mais cedo o premiê deixar o cargo, melhor. “Boris Johnson não tem mais autoridade política. Ele não deve ficar nem um minuto a mais do que for estritamente necessário”, insistiu o ex-primeiro-ministro John Major.

O presidente do grupo parlamentar do Partido Conservador na Câmara dos Comuns, Graham Brady, admitiu na sexta-feira (8) que era preferível que Dominic Raab, vice-primeiro-ministro, assumisse a função de maneira interina, o que seria inédito na história do Reino Unido. Mas Boris Johnson anunciou que ficaria no posto até setembro, contra a vontade de seus opositores.

O Partido dos Trabalhadores advertiu que o primeiro-ministro não pode continuar “se agarrando” ao posto. Até mesmo entre os conservadores, ex-colaboradores denunciam um “governo zumbi”, já que várias pastas permanecem sem liderança após a onda de demissões, e pedem um remanejamento. O jornal conservador Times afirmou que “a constituição britânica está em perigo entre as mãos de Johnson” e que “seria irresponsável deixá-lo no cargo por mais tempo”.

Oficialmente, Boris Johnson argumenta que ainda não deixou o poder para dar tempo ao partido de organizar eleições para substitui-lo, prometendo despachar apenas sobre temas quotidianos e não tomar nenhuma decisão importante. Mas de acordo com rumores, o ex-premiê e sua esposa teriam planejado uma grande festa na residência oficial de férias de Chequers no fim do mês e não teriam acesso à propriedade se ele deixasse suas funções.

Novo favorito

Com a desistência de Wallace, o favorito para ocupar a direção do partido passa a ser o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak. Ele foi um dos primeiros a se posicionar pela renúncia de Johnson. Sua demissão na terça-feira (5) motivou a saída de vários outros membros do governo.

“Eu me apresento para ser o próximo chefe do Partido Conservador e seu primeiro-ministro. Vamos restabelecer a confiança, reconstruir a economia e reunir o país”, declarou no Twitter. “Meus valores não são negociáveis: patriotismo, justiça e trabalho duro”, acrescentou em um vídeo onde destacou a importância de sua família.

Além de Sunak, o deputado do Partido Conservador e chefe da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento, Tom Tughendat, apresentou sua candidatura. Outros potenciais candidatos que se manifestaram, de acordo com a imprensa britânica, são Suella Braverman, procuradora geral e o ex-ministro da Saúde, Sajid Javid.

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