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Reforma da Previdência na França chega ao Senado sem o voto de deputados; entenda

Dois em cada três franceses são contra as mudanças, segundo as pesquisas

Protesto em Paris em 31 de janeiro. Foto: Alain JOCARD/AFP
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A impopular Reforma da Previdência promovida pelo presidente da França, Emmanuel Macron, irá ao Senado, após o fim do prazo para que os deputados se pronunciassem em um contexto de tensão crescente, nesta sexta-feira 17.

Após a meia-noite, o presidente da Assembleia, Yaël Braun-Pivet, declarou encerrada a análise do texto, que não foi votado. Na sequência, teve espaço o debate sobre uma moção de censura apresentada pela extrema-direita, que não tem perspectiva de ser aprovada.

A partir de 2 de março, o plenário do Senado vai debater a proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 na França, um projeto que desde sua apresentação em janeiro provocou uma onda de protestos massivos.

Dois em cada três franceses são contra a reforma, segundo as pesquisas. Em 31 de janeiro, o país foi palco do maior protesto contra uma reforma social em três décadas. A partir de 7 de março, os sindicatos querem aumentar a pressão sobre o governo com greves.

Os opositores criticam a reforma e a acusam de ser um projeto injusto que prejudicaria as classes populares. O governo defende o aumento de uma das idades de aposentadoria mais baixas da Europa como forma de evitar um déficit na Previdência.

Embora fosse quase certo que não haveria votação na Assembleia, os sindicatos aumentaram a pressão nos últimos dias sobre a oposição de esquerda para que pelo menos o artigo relacionado ao atraso de idade pudesse ser debatido.

Mas foi em vão. O partido França Insubmissa, da esquerda radical, manteve a maior parte de suas milhares de emendas, impedindo que o debate chegasse a esse ponto, em um contexto de tempo limitado devido ao polêmico procedimento escolhido pelo governo.

Se até 26 de março as duas casas não se pronunciarem sobre o texto, o procedimento utilizado permitiria ao governo aplicar a reforma de qualquer maneira, apesar do risco de um crescente descontentamento social.

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