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Referendo aprofunda divisão política no Egito

O governo da Irmandade Muçulmana celebra “aprovação” da Constituição, enquanto a oposição denuncia fraudes na votação

Funcionários eleitorais egípcios contam votos no Cairo no sábado 15, após o fim do primeiro dia de votação. Foto: Mahmoud Khaled / AFP
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A realização, no sábado 15, do primeiro dia do referendo constitucional do Egito conseguiu ampliar ainda mais as divisões na sociedade egípcia. Enquanto o governo da Irmandade Muçulmana celebra uma maioria de votos a favor da nova Constituição, a oposição secular denuncia fraudes durante a votação. Essas acusações se somam às direcionadas à nova Carta, considerada islamita e pouco liberal pela oposição, e devem motivar novos protestos populares. O resultado final só será proclamado após o segundo dia de votação, 22 de dezembro, e até lá o país continuará instável.

A votação aconteceu no sábado em 10 governorados (divisão política) do Egito, incluindo Cairo e Alexandria, e prosseguirá no dia 22 nos outros 17. A oposição, que exigia a anulação do referendo e acabou realizando uma campanha pelo “não”, convocou para esta terça-feira 18 outra mobilização em todo o país para protestar contra o projeto de Constituição, antes da segunda etapa do referendo. A Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão opositora, apelou aos egípcios para que ocupem as ruas para defender suas liberdades, evitar fraudes e rejeitar o projeto de Constituição”.

Enquanto isso, o governo diz que o projeto constitucional, defendido pela Irmandade Muçulmana e pelo presidente egípcio, Mohamed Morsi, saiu vitorioso. Os resultados extraoficiais do primeiro dia de votação são baseados nas apurações fornecidas por funcionários dos colégios eleitorais e parecem estar longe da vitória esmagadora esperada pelos islamitas para calar uma oposição ofensiva. Os islamitas também contavam com uma grande vitória para recompensar Morsi em sua decisão de levar adiante o projeto constitucional o mais rápido possível. O Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade, anunciou em seu site que 56,5% dos eleitores votaram a favor da Constituição. A imprensa egípcia também confirma a vitória do “sim”.

Resultado oficial, só na semana que vem

A Frente de Salvação Nacional afirmou no sábado que quase dois terços dos eleitores haviam rejeitado o texto redigido por uma comissão de maioria islamita, mas um dos principais integrantes da coalizão, o movimento Corrente Popular, confirmou neste domingo que 56% dos eleitores votaram “sim”. De acordo com os resultados preliminares, quase 57% dos eleitores no Cairo votaram contra a Constituição no Cairo, enquanto o ‘sim’ venceu em Alexandria.

A Comissão Eleitoral se recusou a comentar as informações sobre a votação e não divulgou dados sobre a participação. “Os resultados não serão aprovados pela comissão eleitoral até o fim da segunda etapa para não provocar confusão, para preservar o país e na espera dos recursos”, declarou à AFP um membro da comissão, Mohamed el-Tanbuli.

Uma coalizão de ONGs egípcias afirmou que o referendo foi repleto de irregularidades, “ao estilo Mubarak”, em referência ao presidente deposto do Egito que governou o país durante 30 anos, até 2011.

A oposição laica, de esquerda e liberal denuncia o texto por considerar que favorece a interpretação rígida do islã e oferece poucas garantias para determinadas liberdades fundamentais. Para os partidários do “sim”, a Constituição daria ao país um marco institucional estável depois da conturbada transição registrada após a queda de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.

Com informações da AFP

A realização, no sábado 15, do primeiro dia do referendo constitucional do Egito conseguiu ampliar ainda mais as divisões na sociedade egípcia. Enquanto o governo da Irmandade Muçulmana celebra uma maioria de votos a favor da nova Constituição, a oposição secular denuncia fraudes durante a votação. Essas acusações se somam às direcionadas à nova Carta, considerada islamita e pouco liberal pela oposição, e devem motivar novos protestos populares. O resultado final só será proclamado após o segundo dia de votação, 22 de dezembro, e até lá o país continuará instável.

A votação aconteceu no sábado em 10 governorados (divisão política) do Egito, incluindo Cairo e Alexandria, e prosseguirá no dia 22 nos outros 17. A oposição, que exigia a anulação do referendo e acabou realizando uma campanha pelo “não”, convocou para esta terça-feira 18 outra mobilização em todo o país para protestar contra o projeto de Constituição, antes da segunda etapa do referendo. A Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão opositora, apelou aos egípcios para que ocupem as ruas para defender suas liberdades, evitar fraudes e rejeitar o projeto de Constituição”.

Enquanto isso, o governo diz que o projeto constitucional, defendido pela Irmandade Muçulmana e pelo presidente egípcio, Mohamed Morsi, saiu vitorioso. Os resultados extraoficiais do primeiro dia de votação são baseados nas apurações fornecidas por funcionários dos colégios eleitorais e parecem estar longe da vitória esmagadora esperada pelos islamitas para calar uma oposição ofensiva. Os islamitas também contavam com uma grande vitória para recompensar Morsi em sua decisão de levar adiante o projeto constitucional o mais rápido possível. O Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade, anunciou em seu site que 56,5% dos eleitores votaram a favor da Constituição. A imprensa egípcia também confirma a vitória do “sim”.

Resultado oficial, só na semana que vem

A Frente de Salvação Nacional afirmou no sábado que quase dois terços dos eleitores haviam rejeitado o texto redigido por uma comissão de maioria islamita, mas um dos principais integrantes da coalizão, o movimento Corrente Popular, confirmou neste domingo que 56% dos eleitores votaram “sim”. De acordo com os resultados preliminares, quase 57% dos eleitores no Cairo votaram contra a Constituição no Cairo, enquanto o ‘sim’ venceu em Alexandria.

A Comissão Eleitoral se recusou a comentar as informações sobre a votação e não divulgou dados sobre a participação. “Os resultados não serão aprovados pela comissão eleitoral até o fim da segunda etapa para não provocar confusão, para preservar o país e na espera dos recursos”, declarou à AFP um membro da comissão, Mohamed el-Tanbuli.

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Com informações da AFP

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