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Putin: Ucrânia não mostra compromisso sério com soluções mutuamente aceitáveis

A declaração do líder russo ocorreu durante conversa por telefone com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de acordo com o Kremlin

Um homem passa por uma tela de transmissão digital transmitindo notícias do conflito entre a Rússia e a Ucrânia na Bolsa de Valores de Bombaim (BSE) em Mumbai em 24 de fevereiro de 2022. Foto: Indranil MUKHERJEE / AFP
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira 15 que o governo da Ucrânia não mostra um compromisso sério com a busca por soluções “mutuamente aceitáveis”.

A declaração de Putin ocorreu durante conversa por telefone com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de acordo com o serviço de informações do Kremlin.

Na pauta, além das negociações por um cessar-fogo, estiveram detalhes da operação militar russa e estratégias para garantir a evacuação de civis, de acordo com Moscou.

“Vladimir Putin expôs suas avaliações das conversas em andamento entre representantes russos e ucranianos sobre um acordo que levaria em conta as demandas da Rússia. Ele enfatizou que Kiev não está mostrando um compromisso sério em encontrar soluções mutuamente aceitáveis”, diz o governo russo.

Também nesta terça, a Rússia decidiu iniciar “o procedimento de saída” do Conselho Europeu, acusando a Otan e a União Europeia de transformá-lo em um instrumento a serviço de “sua expansão político-militar e econômica para o Leste”.

O aviso de retirada da organização foi entregue nesta terça à secretária-geral do conselho, Marija Pejčinović Burić, conforme um anúncio do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O Conselho Europeu, criado em 1949, reúne quase todos os Estados do continente – 47 no total, incluindo a Rússia, desde 1996, e a Ucrânia, desde 1995.

Os caminhos para o cessar-fogo

As negociações para encerrar a guerra são marcadas por “contradições fundamentais”, mas há “espaço para concessões”, declarou nesta terça Mykhailo Podolyak, negociador e conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Nesta terça, a ofensiva russa se intensificou, com uma série de bombardeios em Kiev. Quatro pessoas morreram no ataque a um edifício de 15 andares no distrito de Sviatoshyn, na zona oeste da capital, segundo os serviços de emergência ucranianos.

Outro prédio, de nove andares, foi atingido no bairro de Podil, a noroeste, mais próximo do centro da cidade, e uma pessoa ficou ferida, conforme o lado ucraniano. Em meio a esse cenário, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou um toque de recolher de 35 horas a partir das 20h desta terça (horário local).

Em quase três semanas de conflito, mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, principalmente rumo à Polônia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

“Continuaremos amanhã [as negociações]. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas certamente há espaço para concessões. Durante o intervalo, o trabalho em subgrupos continuará”, disse Podolyak na noite desta terça, pelas redes sociais.

O dia também foi marcado pela chegada dos primeiros-ministros polonês, tcheco e esloveno a Kiev para reafirmar o “apoio inequívoco” da União Europeia à Ucrânia.

Mais cedo, Volodymyr Zelensky afirmou que a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, é improvável.

“Durante anos ouvimos falar de portas supostamente abertas, mas também ouvimos que não podemos entrar lá. Isso é verdade, devemos admitir isso”, disse o presidente durante reunião online com líderes dos Estados que compõem a Força Expedicionária Conjunta.

Enquanto isso, potências ocidentais continuam a apostar em sanções contra a Rússia e aliados de Vladimir Putin. A UE comunicou uma quarta série de medidas, entre as quais o bloqueio do acesso a bens de luxo e a instituições financeiras internacionais.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos também anunciou novas sanções contra o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, e sua esposa, por corrupção e violações de direitos humanos.

A Rússia, por sua vez, adotou pela primeira vez nesta terça sanções contra o presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

(Com informações da AFP)

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