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Procurador do TPI pede prisão de Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

A prisão de líderes do Hamas também foi solicitada por Karim Khan, promotor em Haia

Procurador do TPI pede prisão de Netanyahu por crimes de guerra em Gaza
Procurador do TPI pede prisão de Netanyahu por crimes de guerra em Gaza
Benjamin Netanyahu. Foto: AMIR COHEN / POOL / AFP
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O promotor Karim Khan, procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, em Haia, anunciou que solicitará na Corte a emissão de um mandado de prisão contra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, por crimes de guerra em Gaza.

A iniciativa foi anunciada por Khan nesta segunda-feira 20.

Ele informou que seu pedido deve incluir também os chefes do Hamas Mohammed Diab Ibrahim al-Masri, líder das Brigadas Al Qassem, e Ismail Haniyeh, líder político do grupo. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, é outro na mira do procurador.

Segundo Khan, os alvos israelenses serão acusados de causar extermínio, o uso da fome como método de guerra e a criação proposital de barreiras contra a entrega de ajuda humanitária no enclave. Ele aponta que os métodos visavam deliberadamente atingir civis no conflito.

“Afirmamos que os crimes contra a humanidade acusados foram cometidos como parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina, para cumprir uma política de Estado. Segundo as nossas conclusões, alguns destes crimes continuam sendo cometidos”, declarou Khan, em referência a Netanyahu e Gallant.

O governo de Israel, que não faz parte do TPI, chamou o pedido de “vergonha histórica”.

Já os integrantes do Hamas serão acusados por extermínio, assassinato e por manter civis como reféns. Os chefes do Hamas também poderão responder por acusações de estupro em prisões.

“Afirmamos que os crimes contra a humanidade acusados eram parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil de Israel por parte do Hamas e outros grupos armados para cumprir as políticas organizacionais”, afirmou o promotor em um comunicado.

Khan abriu em 2021 uma investigação sobre as ações de Israel e do Hamas, e outros grupos armados palestinos, por possíveis crimes de guerra nos Territórios Palestinos.

Ele afirmou que esta investigação agora “inclui o agravamento das hostilidades e da violência desde os ataques que aconteceram em 7 de outubro de 2023”, a ação do Hamas no território israelense que provocou o início da guerra.

Caberá agora ao plenário de juízes do TPI avaliar o pedido de Khan para os mandados de prisão. Se confirmados os pedidos de Khan, Netanyahu e os demais alvos deverão, em tese, ser presos caso entrem em um dos 124 Estados-membros da corte de Haia.

O tribunal internacional, importante frisar, não tem força para garantir o cumprimento das suas ordens, o que significa que a aplicação da medida depende dos países-membros.

Caso semelhante ocorre com Vladimir Putin, da Rússia, que tem um mandado de prisão do TPI em aberto. O russo tem, desde então, limitado suas viagens desde a ordem da Corte Internacional. O Brasil, membro do TPI, chegou a sinalizar que não prenderia o político em visita oficial. Depois, o governo Lula (PT) voltou atrás e deixou a decisão nas mãos das autoridades policiais brasileiras.

Nos bastidores, no entanto, Lula ainda atua para receber Putin no Brasil em novembro deste ano, para a cúpula do G20, sem a necessidade de dar ordem de prisão ao russo.

(Com informações de AFP)

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