Mundo
Procurador diz não haver razão para acusar Biden por reter documentos sigilosos: ‘Idoso com memória ruim’
O caso envolve a época em que o democrata deixou a vice-presidência
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “reteve intencionalmente” documentos sigilosos depois de deixar a vice-presidência, entre 2009 e 2017, mas não há motivos para apresentar acusações contra ele. A informação foi divulgada pelo Departamento de Justiça nesta quinta-feira 8.
“Chegamos à conclusão de que não se justificam acusações criminosas nesse assunto”, disse o procurador especial Robert Hur, que descreveu Biden como “um homem idoso com memória ruim”.
O procurador especial foi nomeado em janeiro de 2023 pelo secretário da Justiça, Merrick Garland.
Em 2022, foram encontrados documentos sigilosos em uma casa de Biden em Wilmington, Delaware, e em um antigo escritório. Os documentos datam da época em que Biden foi vice-presidente (2009-2017) de Barack Obama.
O relatório tira um peso dos ombros do presidente, candidato à reeleição nas presidenciais de novembro, quando provavelmente enfrentará seu antecessor, o republicano Donald Trump.
Trump enfrenta um julgamento penal acusado de ter levado consigo muitos documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca e ter se negado a cooperar com os investigadores.
No entanto, o procurador especial Hur considera que Biden tem a memória tão comprometida que sequer se lembra quando foi vice-presidente e quando morreu seu filho Beau, falecido em 2015, vítima de um câncer.
Uma porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, reagiu publicando na rede social X: “Como se supõe que devemos confiar em sua capacidade para liderar nosso país se sua memória tem ‘limitações significativas’?!?”
A Casa Branca se disse “satisfeita” com a decisão de não apresentar acusações contra Biden, mas diverge “de uma série de comentários inexatos e inapropriados no informe do procurador especial”.
Em um comunicado, o presidente deu por encerrado o caso de manipulação indevida de documentos confidenciais.
“Fiquei satisfeito que chegassem à conclusão à qual sempre acreditei que chegariam: que não seriam apresentadas acusações neste caso e o assunto agora está encerrado”, afirmou na nota.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.