Mundo
Presidente palestino rompe relações com Israel e EUA
Mahmoud Abbas defendeu que ‘os palestinos têm o direito de manter sua luta legítima por meios pacíficos para acabar com a ocupação’


O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou neste sábado 1 a ruptura de “todas as suas relações”, incluindo na área de segurança, com Israel e Estados Unidos, em uma reunião extraordinária da Liga Árabe no Cairo para analisar o plano de Donald Trump para a região.
“Informamos que não existirá nenhum tipo de relação com vocês (os israelenses) nem com os Estados Unidos, nem sequer em termos de segurança, à luz do plano americano que viola os acordos de Oslo, assinados com Israel em 1993”, disse o presidente da Autoridade Palestina no Cairo.
Abbas, que afirmou ter enviado a mensagem ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a Israel “que assuma suas responsabilidades enquanto potência ocupante dos territórios palestinos”.
“Os palestinos têm o direito de manter sua luta legítima por meios pacíficos para acabar com a ocupação”, completou.
O plano americano, apresentado na terça-feira 28 por Trump e que prevê em particular a anexação de partes da Cisjordânia ocupada por Israel, foi aprovado pelos israelenses, mas gerou a indignação dos palestinos.
Entre os muitos pontos sensíveis do projeto figura a anexação por Israel das colônias implantadas na Cisjordânia ocupada desde 1967, em particular no Vale do Jordão, que deveria virar a fronteira leste de Israel.
A ONU considera que as colônias instaladas nos territórios palestinos ocupados por Israel desde 1967 são ilegais e boa parte da comunidade internacional as considera um grande obstáculo para a paz.
Embora a colonização da Cisjordânia ocupada tenha ocorrido durante todos os governos israelenses desde 1967, a situação se intensificou nos últimos anos sob o estímulo de Netanyahu e de seu aliado em Washington, Trump.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.