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Trump e Netanyahu anunciam, sem palestinos, plano de paz para Oriente Médio

Trump quer intermediar conflito Israel-Palestina, mas anúncio de que Jerusalém será capital ‘indivisível’ de Israel afasta palestinos

(Foto: SARAH SILBIGER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira 28 seu plano para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, alertando que pode representar a “última chance” dos palestinos alcançarem um Estado independente. Nenhuma autoridade palestina esteve presente no lançamento da iniciativa na Casa Branca.

“Hoje Israel dá um grande passo em direção à paz”, disse Trump na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, revelando em detalhes uma proposta já enfaticamente rejeitada pelos palestinos.

“Minha visão apresenta uma oportunidade ganha-ganha para ambas as partes, uma solução realista de dois Estados que resolve o risco do Estado palestino para a segurança de Israel”, disse Trump.

O plano foi bem recebido pelo primeiro-ministro israelense, que considerou o lançamento da iniciativa um “dia histórico” para o Estado judeu. Trump disse que seu plano prevê um congelamento de quatro anos no desenvolvimento de Israel na área destinada a um futuro Estado palestino.

Presidente Donald Trump na coletiva de anúncio do “Plano de Paz” norte-americano para a Palestina. (Foto: Sarah Silbiger/Getty Images/AFP)

Por outro lado, indicou que “Jerusalém continuará sendo a capital indivisível de Israel”, embora também tenha dito que seu plano fornece aos palestinos uma capital na Jerusalém Oriental ocupada, garantindo que a Cisjordânia não seria reduzida pela metade.

“Também trabalharemos para criar um território contíguo dentro do futuro Estado palestino, para quando as condições forem cumpridas para que seja um Estado, incluindo a firme rejeição ao terrorismo”, declarou Trump, que pediu aos palestinos que deem as costas ao movimento do Hamas, classificado pelos EUA como “terrorista”.

O movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, já declarou que rejeitou o plano de paz. “Hoje dizemos que rejeitamos esse plano. Não aceitaremos um substituto para Jerusalém como capital do Estado da Palestina”, disse à AFP Khalil al-Hayya, alto funcionário do movimento.

Chamando sua proposta de “oportunidade histórica” para os palestinos terem um Estado independente, Trump disse que escreveu para o presidente palestino Mahmoud Abbas nesta terça-feira a fim de explicar o plano e obter seu apoio.

“Expliquei a (Abbas) que o território designado para seu novo Estado permanecerá aberto e não será desenvolvido por um período de quatro anos”, disse Trump. “Esta pode ser a última chance que eles terão”.

“Os palestinos estão na pobreza e na violência, explorados por aqueles que procuram usá-los como peões para promover o terrorismo e o extremismo”, ressaltou Trump. “Eles merecem uma vida muito melhor”.

Por sua vez, Netanyahu comemorou que os Estados Unidos reconhecerão os assentamentos judaicos nos territórios palestinos como parte de Israel e que, de acordo com o plano, concederá soberania a Israel sobre o Vale do Jordão.

Em uma entrevista coletiva em Washington, o primeiro-ministro israelense também disse que os refugiados palestinos não terão o direito de retornar a Israel, dizendo que está disposto a entrar em acordo com os palestinos “sobre um caminho para um futuro Estado”, embora tenha imposto como condição o reconhecimento do “Estado judeu”.

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