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Presidente do Equador diz que indígenas querem derrubá-lo do poder

Oo movimento indígena organiza protestos antigovernamentais há uma semana

Guilhermo Lasso, ex-presidente do Equador. Foto: Rodrigo Buendía/AFP
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O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, declarou nesta segunda-feira 20 que o movimento indígena, que há uma semana organiza protestos antigovernamentais, quer derrubá-lo do poder.

“Estendemos a mão, chamamos para o diálogo, mas eles não querem paz, eles buscam o caos, querem derrubar o presidente”, afirmou Lasso em vídeo divulgado em sua conta no Twitter.

A Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), de oposição, que participou de protestos que levaram à saída de três presidentes entre 1997 e 2005, promove há uma semana marchas em várias cidades e o bloqueio de estradas para exigir que o Executivo reduza o preço dos combustíveis.

“Eu estou aqui, não vou fugir, mas estou aqui para proteger a cada uma das famílias de vocês, principalmente as mais pobres”, completou Lasso.

Uma fonte presidencial afirmou à AFP que Lasso, um ex-banqueiro de direita que assumiu o poder no ano passado, permanece na sede do Executivo, o Palácio de Carondelet, onde vive.

Em outubro de 2019, a Conaie também liderou protestos contra o governo que duraram quase duas semanas e tiveram saldo de 11 mortos e mais de 1.000 feridos.

Naquela ocasião, na capital, a sede do Parlamento foi ocupada, o prédio da Controladoria foi incendiado e bens públicos e privados foram danificados. O então presidente, Lenín Moreno, denunciou uma tentativa de golpe.

No vídeo, que mostra distúrbios provocados por manifestantes, Lasso enfatizou: “Democracia ou caos, essa é a grande batalha, a batalha pela democracia”.

No mesmo tuíte, o chefe de Estado escreveu: “Não permitirei que o caos prevaleça” durante as manifestações, que deixaram 63 agentes de segurança feridos e outras 21 pessoas detidas, segundo a Polícia.

A Aliança de Organizações para os Direitos Humanos relatou, por sua vez, 79 detidos e 55 civis feridos.

No Equador, o galão de diesel teve alta de preço de 90% (para 1,90 dólares) e a gasolina comum de 46% (para 2,55) em quase um ano. Desde outubro passado, os preços estão congelados pela pressão social.

A Conaie pede para que os preços sejam reduzidos para 1,50 e 2,10 dólares, respectivamente.

Para concordar em conversar, os indígenas pedem que Lasso atenda a uma lista de 10 pontos, que inclui a proibição de concessões de mineração em seus territórios.

Grupos aborígenes estão concentrados na entrada sul da capital, com o objetivo de iniciar uma marcha pela cidade, segundo a AFP.

Lasso disse endo às demandas – ele decretou indenizações para os pobres e agricultores -, mas denunciou que a resposta dos manifestantes tem sido “mais violência, novas ameaças de ataque a Quito”.

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