Mundo
Presidente do Equador decreta ‘conflito interno armado’ após invasão a TV
Daniel Noboa determinou que as Forças Armadas atuem pela neutralização de grupos criminosos
O presidente do Equador, Daniel Noboa, editou um decreto no qual reconhece “a existência de um conflito interno armado” e ordenou que as Forças Armadas atuem pela neutralização de grupos criminosos.
O Decreto Executivo 111, que declara o estado de conflito interno, foi publicado após o Decreto 110, que instaurou o estado de exceção na segunda-feira 8, justificado pela fuga do narcotraficante Adolfo Macías.
Com o estado de exceção, a população já estava obrigada a respeitar um toque de recolher na madrugada.
Em postagem na rede social X, o presidente do Equador divulgou o novo decreto e disse que foram identificadas mais de 20 “organizações terroristas e atores não-estatais beligerantes”.
He firmado el decreto ejecutivo declarando Conflicto Armado Interno e identifiqué a los siguientes grupos del crimen organizado transnacional como organizaciones terroristas y actores no estatales beligerantes: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller,… pic.twitter.com/rVfSTFmHlG
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) January 9, 2024
O reconhecimento de “conflito interno armado” vem no mesmo dia em que criminosos invadiram uma emissora de televisão ao vivo e fizeram jornalistas e funcionários reféns.
Na ocasião, cerca de dez homens estavam armados e desferiram socos e chutes nas vítimas. De acordo com postagem da Polícia do Equador na internet, 13 homens foram capturados e as vítimas foram evacuadas.
Presidente convoca comissão de segurança
Noboa também convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Pública e do Estado e publicou uma foto ao lado de funcionários do governo e de militares.
“Não permitiremos que grupos terroristas quebrantem a paz do País”, disse o presidente. Segundo o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, o encontro foi convocado para “analisar a situação do País”.
Se acaba de instalar el COSEPE
No permitiremos que grupos terroristas quebranten la paz del país. pic.twitter.com/4m1Y3PwtBO
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) January 9, 2024
As bancadas legislativas costuraram um acordo para conceder indultos ou anistias a agentes policiais e militares que combatam a “criminalidade”.
Em nota, a Assembleia Nacional manifestou “respaldo às Forças Armadas, à Polícia Nacional e a todos os funcionários encarregados de fazer com que a Constituição e a lei sejam cumpridas”.
“Esse respaldo inclui a adoção de indultos e anistias nos casos que sejam necessários para garantir a tarefa desses estamentos”, diz o texto. “Respaldamos as ações realizadas pelo governo em matéria de segurança diante da crise, para restabelecer a paz e a ordem ao território nacional.”
Veículos locais reportaram bloqueios de vias públicas e saques em centros comerciais na capital Quito.
No município de Quevedo, da província de Los Ríos, foram registrados homens decapitados e incêndios. Estudantes da Universidade Técnica Estatal que Quevedo chegaram a ser evacuados.
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