Com a vitória de Giorgia Meloni e do seu partido Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), a península não corre o risco de um retorno ao fascismo, como na Europa muitos temem. Os militantes da agremiação erguem o braço direito no melhor estilo mussoliniano, mas, de verdade, o gesto não vai além da mesura. Na sua estreia como vencedora do pleito, Meloni pronunciou um discurso europeísta, como não faria o famigerado ditador, o qual, segundo se verificou recentemente, era também um perigoso maníaco sexual, capaz, inclusive, de estuprar senhoras que o visitavam no seu imenso escritório do Palácio Veneza.
A agremiação de Meloni subiu nestas eleições de 8% a 26% e conseguiu no Parlamento maioria que lhe permite uma razoável liberdade de ação. Tudo indica que ela pretenderá governar como premier, sem veleidades exageradas tais como a tentativa de alterar a Constituição. A vitória de Meloni tem razões que vão desde a própria história de um país tradicionalmente invadido por exércitos estrangeiros para viver um longo período depois da queda do Império Romano, em uma situação similar àquela da Grécia antes de Cristo, com a criação de cidades-Estado a se revelarem propícias ao desenvolvimento da arte e da cultura em geral, incapazes, contudo, de formar uma nação.
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