Mundo
Por fidelidade de Bolsonaro, EUA acenam para entrada do Brasil na OCDE
Em 2019, os EUA tinham colocado a Argentina como prioridade depois de estabelecer compromissos com o Brasil
O governo dos Estados Unidos apontou, nesta quarta-feira 15, que pretende indicar o Brasil como o próximo país a ingressar como membro pleno da OCDE, grupo que reúne 36 países, a maioria da Europa e América do Norte.
Em nota, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirma que a decisão de priorizar a candidatura do Brasil agora, como próximo país a iniciar o processo, é uma evolução natural do compromisso firmado em outubro de 2019. Naquela ocasião, porém, o secretário de Estado enviou um documento ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, manifestando apoio à entrada da Argentina e da Romênia na organização.
“O governo brasileiro está trabalhando para alinhar suas políticas econômicas com as normas da OCDE, priorizando a adesão à organização para reforçar as reformas econômicas”, diz a nota. “A OCDE é uma organização baseada em consenso, e qualquer decisão de convidar países para iniciar o processo de adesão precisará ser tomada por todos os 36 países-membros”, acrescenta.
O presidente Jair Bolsonaro informou que o Brasil está “na frente da Argentina” em relação aos requisitos solicitados para ser aceito pelo grupo. A OCDE reúne os países mais industrializados do mundo e estabelece parâmetros conjuntos de regras econômicas e legislativas para os seus membros.
“A notícia foi muito bem-vinda. Vinha trabalhando há meses em cima disso, de forma reservada obviamente. Houve o anúncio [dos EUA], são mais de 100 requisitos para ser aceito, estamos bastante adiantados, inclusive na frente da Argentina. E as vantagens do Brasil são muitas, equivalem ao nosso país entrar na primeira divisão”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira.
O anúncio, feito logo após o epicentro da crise entre EUA-Irã, aponta que a fidelidade irrestrita do governo de Jair Bolsonaro à Donald Trump tinha um objetivo em mente. A política externa brasileira, a despeito da manutenção das relações comerciais com o Irã, afirmou que estava disposta a combater o “terrorismo” associado ao general morto Qasem Soleimani.
*Com Agência Brasil
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