Mundo

Político sueco se veste de drag queen em encontro com crianças para sensibilizar contra preconceito

“Com esta posição, espero que outros possam dizer que já chega. A Suécia deve ser um país livre”, disse

Em foto de 26 de maio de 2023, Jan Jonsson aparece vestido de drag queen enquanto conta histórias para crianças na prefeitura de Estocolmo. © AFP - ROBIN BACKMAN/ Liberalerna Stockholm
Apoie Siga-nos no

Vestido de verão, cabelo loiro no estilo de Marilyn Monroe e batom vermelho: assim o vice-prefeito de Estocolmo apareceu em um encontro com crianças, no contexto de uma campanha lançada nesta semana contra a “intolerância e o populismo”.

Nesta quinta-feira (15), Jan Jönsson, de 45 anos, disse que se transformou em uma drag queen para responder a políticos que se manifestaram contra a liberdade de expressão de artistas transformistas.

Filiado ao Partido Liberal (de centro-direita), ele explicou à AFP que iniciou essa campanha após o surgimento de críticas formuladas pelos Democratas da Suécia (de extrema-direita) contra drag queens que leem para as crianças em bibliotecas ou que guiam visitas no Royal Drama Theatre, em Estocolmo.

Animações desse tipo são realizadas no país desde 2017. “Faço de mim uma espécie de tela para as artistas drag queens poderem dizer que todos devem ser livres para se expressar”, explicou o político. “Alguns partidos tentam restringir as liberdades dos outros e em particular das drag queens. Com esta posição, espero que outros possam dizer que já chega. A Suécia deve ser um país livre”, acrescentou.

“Insanidade”

Em um debate transmitido pela televisão, no início de maio, o líder dos Democratas da Suécia, Jimmie Åkesson, disse que era “insano” que o dinheiro dos contribuintes estivesse sendo gasto em sessões de leitura infantil por drag queens. Em particular, ele atacou uma artista conhecida como “Shameless Whinehore” (“Cadela bêbada sem vergonha”, em tradução livre) que se rebatizou “Miss Shameless” (“Senhorita sem vergonha”) durante as leituras.

Em um vídeo no Twitter, Jan Jönsson aparece como uma drag queen bastante elegante, sob uma peruca loira exuberante, usando cílios postiços, um vestido azul claro com flores e salto agulha. Sentado em uma cadeira, rodeado de crianças sentadas no chão, ele lê um trecho de “Les Frères Coeur-de-Lion”, um romance da famosa autora infanto-juvenil sueca Astrid Lindgren.

“As histórias não são perigosas para as crianças. Nem as drag queens. Mas o populismo e a intolerância são perigosos para as crianças e para os adultos”, diz ele olhando para a câmera.

Antes, Jan Jönsson já foi o rosto de uma campanha do Partido Liberal contra o flagelo do crime de gangues na Suécia. Ele aparecia vestido com uma camisa floral e blaser azul, sendo então chamado de “o inimigo número um das gangues”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo