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Polícia alemã mira grupo feminista pró-Palestina

Grupo de mulheres jovens Zora é acusado de fazer propaganda para organização palestina considerada terrorista pela UE e pelos EUA. Operação envolve buscas em vários endereços de Berlim

Foto: Odd Andersen/AFP
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A polícia de Berlim conduziu nesta quarta-feira 20, uma operação contra membros de um grupo feminista de esquerda pró-Palestina, cumprindo mandados em vários locais da capital alemã.

O grupo Zora é acusado de apoiar a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), considerada uma organização terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos.

Cerca de 170 policiais participaram da operação nesta quarta, que envolveu buscas em seis apartamentos, um escritório e um café nos bairros de Neukölln, Friedrichshain, Karlshorst, Wedding, Kreuzberg e Prenzlauer Berg, segundo informou o jornal Berliner Zeitung.

Ela ocorre no âmbito de uma investigação do Ministério Público que mira ao todo seis suspeitos, cinco dos quais pertencem ao grupo feminista Zora, sendo quatro mulheres e um homem entre 18 e 23 anos de idade.

Segundo a imprensa alemã, a operação foi motivada principalmente por uma declaração que o grupo publicou em sua conta no Instagram em 12 de outubro, intitulada “Não há libertação das mulheres sem a libertação da Palestina”.

No texto, o Zora argumenta que, embora o grupo fundamentalista islâmico Hamas não tenha interesse em combater o patriarcado, é importante “fortalecer as forças progressistas que também fazem parte da resistência palestina”, como a FPLP.

Fundada no fim dos anos 1960 e sediada na Síria, a Frente Popular para a Libertação da Palestina é uma organização radical que defende a luta armada contra Israel, e tem historicamente recrutado mulheres para suas atividades.

O que se sabe sobre o grupo Zora

O Zora, por sua vez, se descreve em suas páginas na internet como uma “organização anticapitalista, internacionalista e antifascista” para “mulheres jovens”. Postagens do grupo no Instagram têm sido direcionadas contra Israel e pedem apoio à FPLP.

Ativo também em outras cidades alemãs, o Zora tem participado de várias manifestações pró-palestinos nas últimas semanas.

Numa declaração em 15 de dezembro, o grupo criticou a “repressão” exercida pelo Estado alemão tanto ao movimento de solidariedade aos palestinos como à luta contra a violência contra as mulheres.

No texto, o Zora também destaca que aumentaram as buscas contra indivíduos pró-Palestina desde que a Alemanha baniu uma rede palestina atuante no país chamada Samidoun.

“Isso tem sido conduzido contra pessoas que o Estado suspeita serem próximas da rede, o que na realidade das autoridades racistas signfica que, neste país, você tem que temer ser revistado simplesmente porque é palestino”, escreveu o grupo.

No início de novembro, a Alemanha proibiu qualquer atividade vinculada ao Hamas e à Samidoun, que promoveu atos de comemoração do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro e é vinculada à FPLP.

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