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Petrobras é espionada por papel chave na América do Sul, diz revista

Para o especialista em energia da publicação, é natural que os EUA tenham interesse na estatal, “parte essencial” do governo Dilma Rousseff

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A revista Forbes publicou um artigo nesta terça-feira 10 no qual tenta explicar o fato de a espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, em inglês) ter atingido a estatal brasileira Petrobras. Para o especialista em energia da publicação, Christopher Helman, a companhia tem papel chave na estabilidade da América do Sul. “Uma Petrobras mais fraca é um Brasil mais fraco, o que significa uma América do Sul menos estável. Isso não deveria ser do interesse da NSA?”, afirmou.

Helman considera que a Petrobras é parte essencial da administração da presidenta Dilma Rousseff, além de ser a maior empresa do país e ter controle estatal. “A espionagem da Petrobras não é diferente de qualquer outra do governo brasileiro. E se você ficou surpreso e perturbado, você precisa acordar”.

Como argumento para a espionagem, o analista afirma que Dilma foi a responsável por estruturar a empresa desde 2003, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia, ao qual a Petrobras é vinculada, e manteve essa função na Casa Civil no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma também é responsável, lembra Helman, pela indicação de Maria das Graças Foster como presidente da Petrobras, em um período em que a empresa arcou os maiores prejuízos por causa da política do governo para a venda de combustíveis. “O Brasil se baseia em suprimento de combustível subsidiado e de baixo custo para sua economia crescente, mesmo que isso coma US$ 8 bilhões por ano da Petrobras. Com a desvalorização do real, a dívida de US$ 75 bilhões ficou mais cara, por estar em sua maioria atrelada ao dólar, mais que qualquer outra companhia”, diz Helman.

Também como exemplo do interesse norte-americano estão, afirma o colunista, o fato de que a estatal “é repleta de denúncias de corrupção” e a preocupação das empresas petroleiras internacionais com a segurança da exploração na camada pré-sal.

Repercussão

A denúncia de espionagem da empresa surgiu de documentos classificados como ‘ultrassecretos’ obtidos pelo ex-agente da NSA Edward Snowden e noticiado pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo 8, uma semana após o programa ter informado que o governo dos EUA espionava as ligações e e-mails da presidente Dilma com seus principais assessores. Em nota oficial divulgada na segunda-feira 9, a presidência da República afirmou que “tomará todas as medidas para proteger o País, o governo e suas empresas e que o governo brasileiro está empenhando em obter esclarecimentos do governo norte-americano”.

Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. (…) Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro. Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos”, diz a nota. 

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