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Parlamento da Hungria aprova a proibição de eventos LGBT+ no país
O primeiro-ministro Viktor Orban tem endurecido o discurso reacionário, enquanto prepara o terreno para as eleições de 2026


O Parlamento da Hungria aprovou um projeto de lei para proibir eventos relacionados ao orgulho LGBT+, além de impor uma multa a organizadores e pessoas que compareçam aos atos. A informação é da agência Reuters.
Encabeçada pela União Cívica Húngara, o partido governista de Viktor Orban, a norma afeta diretamente a continuidade da Parada do Orgulho LGBT+ de Budapeste, realizada há mais de três décadas.
Com um expressivo placar de 137 votos a 27, nesta terça-feira 18, a aprovação ocorreu de forma relâmpago, uma vez que a matéria foi apresentada na segunda 17.
Além da proibição e das multas previstas, o texto projeta o uso de reconhecimento facial para identificar os infratores.
Trata-se de mais um passo na agenda reacionária de Orban, que na semana passada já havia prometido barrar o financiamento estrangeiro a mídias independentes, políticos da oposição e ONGs pró-LGBT na Hungria.
Desde janeiro, ele tem endurecido o discurso contra minorias, enquanto pavimenta a campanha para a sua reeleição em 2026.
O texto encaminhado na segunda acrescenta novos dispositivos à lei sobre a proteção de crianças, um escudo retórico usado pelo partido do premiê para viabilizar novas formas de censura e restrição à população LGBT+.
Em 2021, Orban já havia proibido a “promoção da homossexualidade” para pessoas menores de 18 anos. Na prática, a legislação vedou a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e tudo o que for considerado “propaganda LGBT”. Dois anos depois, o país endureceu a regra, permitindo que qualquer cidadão denunciasse de forma anônima casais homoafetivos que tivessem filhos.
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