Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai, enfrentou na noite do último sábado, 6, uma nova onda de protestos, mesmo após ter pedido a todos os ministros que colocassem os cargos à disposição – quatro renunciaram. Na sexta-feira, 5, manifestantes, em sua maioria jovens, já haviam se reunido no centro de Assunção pedindo sua renúncia em razão da má gestão da pandemia. Ontem, a polícia dispersou com balas de borracha e gás lacrimogêneo um grupo que decidiu levar o protesto até a residência presidencial. Dez pessoas acabaram detidas.
A gestão da pandemia pelo Ministério da Saúde tem sido duramente criticada pela população em razão da demora na chegada de imunizante e da falta de medicamentos para tratar pacientes internados com Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva. Até agora, 4 mil doses da vacina Sputnik V foram aplicadas em profissionais da Saúde, ou seja, menos de 0,1% da população foi vacinada. Ontem, chegaram 20 mil doses da Coronavac enviadas pelo Chile, governado pelo também conservador Sebastián Piñera.
Com uma população de 7 milhões de habitantes, o Paraguai registrou mais de 160 mil casos de coronavírus e 3,2 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia. O país tem registrado números recordes de novos casos: nos últimos sete dias foram 115 novos casos a cada 100 mil habitantes.
Diante desse cenário e as manifestações, o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou na sexta-feira depois que o Senado pediu que ele deixasse o cargo em meio ao agravamento da pandemia.
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