Mundo
Criticado por gestão da pandemia, ministro da Saúde paraguaio renuncia
Capital Assunção teve noite de manifestações nas ruas, mesmo após afastamento de Julio Mazzoleni
O ministro da Saúde do Paraguai, Julio Mazzoleni, renunciou na última sexta-feira, 5, depois que o Senado pediu que ele deixasse o cargo em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus. À medida que os protestos se multiplicavam pela falta de suprimentos de saúde, Mazzoleni foi duramente criticado por legisladores, inclusive do partido no poder, e sindicatos de trabalhadores da saúde. Ontem à noite, manifestações de rua contra o governo em Assunção deixaram dezenas de feridos entre policiais e opositores.
Com 30 votos dos 45 senadores, a Câmara Alta emitiu uma resolução na quinta-feira, 4, pedindo ao ministro que entregasse o cargo. Mazzoleni acatou o pedido nesta sexta-feira. “É um momento em que é absolutamente necessário estarmos unidos para combater a pandemia e o interesse nacional está acima de qualquer pessoa e espero que esta decisão sirva para a união do país”, declarou.
Mazzoleni se reuniu com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e mais tarde anunciou sua decisão.
O último balanço, datado de quinta-feira, apontou um total de 164.310 infecções com 3.256 mortes no país, desde o primeiro caso registrado há quase um ano.
Carlos Morínigo, pneumologista do Instituto Nacional de Doenças Respiratórias e Ambientais (Ineram), que concentra os pacientes mais graves com Covid-19, disse que os hospitais “estão trabalhando muito” e que “a situação é complicada”. “Ainda mais complicado é porque não temos cabeça (ministro). Queremos que isso seja resolvido o mais rápido possível para trazer tranquilidade aos cidadãos”, disse o médico em declarações aos jornalistas.
O Ministério da Saúde garantiu nesta sexta-feira o fornecimento de insumos para o tratamento de pacientes com coronavírus, segundo declarações de um porta-voz. A entidade informou que existem quase 300 pacientes em terapia intensiva e pediu à população que reduzisse as aglomerações sociais. “Estamos em uma situação crítica. Não estamos falando em reverter as fases de quarentena, mas vamos evitar multidões. É a única coisa que pode nos salvar do colapso do sistema de saúde”, alertou Hernán Martínez, porta-voz do ministério.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.