Papa Francisco evita polêmica com o presidente argentino

Milei, que assumiu a presidência da Argentina em 10 de dezembro, fez referência a Francisco em várias ocasiões como "o maligno da Terra que ocupa o trono da casa de Deus"

O Papa Francisco e o presidente da Argentina, Javier Milei. Fotos: ANDREAS SOLARO / AFP e JUAN MABROMATA / AFP

Apoie Siga-nos no

O papa Francisco evitou na terça-feira (12) uma polêmica com o novo presidente da Argentina, Javier Milei, caracterizada por insultos do governante ultraliberal, ao destacar que uma coisa é que um político fala durante a campanha eleitora e outra é sua forma de governar.

“É necessário distinguir muito entre o que um político diz na campanha eleitoral e o que realmente vai fazer depois, porque depois chega o momento do concreto, das decisões”, afirmou o pontífice em uma entrevista ao canal mexicano Televisa.

Ao ser questionado sobre sua relação com Milei, o papa respondeu que na campanha eleitoral se dizem coisas “usadas para chamar um pouco de atenção, mas que depois caem sozinhas”.

Milei, que assumiu a presidência da Argentina em 10 de dezembro, fez referência a Francisco em várias ocasiões como “o maligno da Terra que ocupa o trono da casa de Deus”. Também o chamou “nefasto” e “imbecil” e o criticou por “promover o comunismo”.

Após a vitória nas urnas, no entanto, Milei recebeu uma ligação do papa Francisco.

“Ligou para me parabenizar, valorizou minha coragem nesta disputa e me disse ‘coragem e sabedoria’. Eu disse a ele ‘coragem eu tenho e a na sabedoria estou trabalhando'”, disse Milei sobre a conversa com o pontífice em uma entrevista divulgada no YouTube.


Na mesma entrevista, Milei informou que convidou o papa a visitar a Argentina.

“Eu disse que ele seria recebido com todas as honras de um chefe de Estado e de líder espiritual dos argentinos, porque o catolicismo é a religião majoritária na Argentina”, declarou.

O papa, no entanto, não revelou detalhes sobre a possível visita na entrevista à emissora mexicana.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.