Mundo
Otan aprova plano de defesa coletivo, o primeiro desde o fim da Guerra Fria
Estratégia envolverá rápida disponibilidade de centenas de milhares de soldados, com foco em combater ações da Rússia; Ucrânia demanda ingresso na aliança
Os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte colocarão em prática uma nova estratégia para a aliança militar. Pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, um plano de defesa coletivo cobrirá a Otan, composta por 31 países. Os detalhes do plano estão sendo decididos no encontro anual de líderes, que começou nesta terça-feira 11 em Vilna, capital da Lituânia.
O programa envolverá as três principais áreas sob o guarda-chuva da Otan:
- o território norte da aliança, passando pelo Ártico;
- a área central, passando pelo eixo oriental próximo à Rússia;
- a zona sudeste, envolvendo os mares Mediterrâneo e Negro.
Como o plano é coletivo, cada país-membro deverá realizar tarefas específicas. A ideia é promover uma defesa em todos os domínios, “espaço, cibernético, terrestre, marítimo e aéreo”, segundo o presidente do Comitê Militar da Otan, Rob Bauer. Para ele, o plano é voltado ao longo prazo.
Por isso, as forças da aliança deverão, quando preciso, disponibilizar até 300 mil soldados em até 30 dias.
De acordo com o jornal The New York Times, o plano da Otan foi elaborado pelo general Christopher Cavoli, que comanda as tropas norte-americanas na Europa.
A Turquia, até pouco tempo atrás, era contrária ao plano. O país argumentava que certas áreas geográficas, como Dardanelos, não poderiam constar da estratégia. A objeção foi retirada nesta semana.
O país chefiado por Recep Erdogan também concordou em dar andamento ao pedido de inclusão da Suécia na Otan. A informação foi confirmada pelo presidente da aliança, Jens Stoltenberg. No entanto, questões diplomáticas ainda devem ser resolvidas para que a adesão seja formalizada.
‘É absurdo a Otan não oferecer candidatura à Ucrânia’, critica Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou nesta terça o fato de o país ainda não ter sido convidado a fazer parte da Otan. Zelensky participa como convidado da cúpula.
“Parece que não há disposição nem para convidar a Ucrânia para a Otan, nem para torná-la integrante da aliança. Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula”, afirmou o ucraniano no Twitter. Ele considera a situação um “absurdo” e “sem precedentes”.
A questão, porém, passa pelo suporte (ainda reticente) dos Estados Unidos. O país vem apoiando, desde o início da guerra, o envio maciço de armas e a transferência de tecnologia militar à Ucrânia, mas resiste à entrada de Kiev na aliança.
Após o comentário de Zelensky, a Otan emitiu um comunicado oficial no qual disse que “o futuro da Ucrânia está na Otan”. Entretanto, a entidade ressalta que a adesão deve ser “baseada em condições”.
Stoltenberg afirmou que “nunca houve uma mensagem mais forte da Otan, tanto no que diz respeito à mensagem política do caminho a seguir para a adesão, quanto ao apoio concreto dos aliados da Otan”, em um recado indireto a Zelensky.
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