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Organizadores das Olímpiadas detectam surto de Covid entre atletas

Depois de ver emergir três casos positivos de Covid-19 dentro da mesma equipe na Vila Olímpica, os Jogos de Tóquio enfrentam neste domingo 18 a gestão de um primeiro surto de infecção. Cinco dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos, os organizadores detectaram dois atletas […]

Os japoneses voltaram a protestar neste domingo contra a realização dos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. Foto: Philip FONG / AFP
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Depois de ver emergir três casos positivos de Covid-19 dentro da mesma equipe na Vila Olímpica, os Jogos de Tóquio enfrentam neste domingo 18 a gestão de um primeiro surto de infecção. Cinco dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos, os organizadores detectaram dois atletas infectados na Vila, logo após anunciar o primeiro caso positivo na véspera – um membro da equipe técnica.

Os três infectados são “do mesmo país e da mesma modalidade esportiva”, revelou neste domingo um porta-voz da comissão organizadora, em entrevista coletiva, sem dar mais detalhes sobre a delegação afetada.

Os dois atletas positivos e seu companheiro foram “isolados em seu quarto e o comitê Tóquio-2020 lhes traz comida”, acrescentou a mesma fonte, enquanto seus “contatos próximos foram identificados”.

Esses “contatos” foram imediatamente submetidos a exames de nasofaringe, que se somam ao controle diário da saliva dos participantes dos Jogos, e devem “comer no quarto, treinar separadamente e levar transporte separado”, explicou Pierre Ducrey, vice-diretor dos Jogos no Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os japoneses voltaram a protestar neste domingo contra a realização dos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio, já adiados no ano passado por conta da pandemia. Uma manifestação foi organizada próxima ao estado de Akasaka, onde o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach participou de uma cerimônia de boas vindas organizada pelo governo japonês.

Casos ‘inevitáveis’

A duração dessas medidas, que influenciam a vida do grupo e também a preparação para a competição, vai depender do que for ditado pelo ‘centro de controle’ da Vila Olímpica.

“Só quando os especialistas decidem que isso não representa nenhum risco para os outros é que se pode juntar-se à sua equipe”, detalhou Pierre Ducrey.

Não se tratam dos primeiros casos de Covid-19 relacionados aos Jogos Olímpicos, já que o COI contabiliza 55 testes positivos entre os 30.000 realizados entre 18.000 esportistas, membros das equipes técnicas, oficiais ou jornalistas que chegaram ao Japão desde 1 de julho.

O COI também confirmou que um de seus membros, o sul-coreano Seung Min Ryu, apresentou resultado positivo ao chegar ao arquipélago. Na terça e na quarta-feira, os 102 membros da instância se reunirão em um hotel da capital japonesa para sua assembleia geral.

Mas o primeiro surto dentro da Vila Olímpica ilustra os temores de uma infecção em cascata neste lugar sem equivalente no mundo dos esportes, colocando à prova as medidas contra a epidemia de Covid preparadas durante meses.

“É inevitável que tenhamos casos”, reconheceu neste domingo Christophe Dubi, diretor dos Jogos do COI, ciente do temor de parte da população japonesa diante deste evento planetário.

Um máximo de 6.000 pessoas

Dubi garantiu, no entanto, que “tudo está pronto para limitar os relacionamentos” e “manter o risco” de infecção da cadeia “ao mínimo absoluto”.

Os casos positivos ligados aos Jogos são por enquanto marginais, destacou neste sábado o presidente do COI, Thomas Bach, que há meses promete Jogos Olímpicos “seguros” tanto para os participantes quanto para a população japonesa.

Desde a primavera, o COI havia concentrado seus esforços na vacinação de delegações, chegando a um acordo com os laboratórios Pfizer e BioNTech.

A instância agora coloca o foco na triagem intensiva dos participantes dos Jogos, na limitação dos contatos e no isolamento imediato dos casos positivos. “É provavelmente a população mais controlada do mundo agora”, insistiu Pierre Ducrey.

Por outro lado, embora a Vila Olímpica tenha sido projetada para 17 mil pessoas, apenas um máximo de 6.000 poderão residir ao mesmo tempo, no pico esperado para meados dos Jogos, calculou Christophe Dubi no sábado 17, quando apareceu o primeiro caso.

Quase todos os eventos dos Jogos acontecerão a portas fechadas e dezenas de milhares de participantes – de atletas a oficiais, a jornalistas do exterior – estarão sujeitos a restrições rígidas devido a riscos para a saúde.

Os residentes de Tóquio expressam sua preocupação: “Achei que a Vila Olímpica seria mais segura, estou surpreso que o vírus tenha conseguido entrar (…) a epidemia se espalhará mais assim que os Jogos começarem”, disse Riyoka Kasahara, 23 anos.

“De alguma forma, eu já esperava. Eu me pergunto por que esses Jogos estão sendo realizados, embora tenhamos esperado um ano, especialmente vendo que existem variantes mais contagiosas”, disse Shotaro Watanabe, de 22 anos.

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