Mundo

Opep+ anuncia corte inesperado de 1 milhão de barris de petróleo por dia

Países como Rússia, Arábia Saudita e Iraque irão reduzir as produções a partir de maio; a medida pode ter impactos geopolíticos e inflacionários

Foto: iStockphoto e Agência Petrobras
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciou, no domingo 2, um corte de mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia, a partir do próximo mês de maio. Segundo a organização, a redução pode chegar a 1,6 milhão de barris a partir de julho. A redução não era esperada pelo mercado, uma vez que não houve reunião formal da Opep+.

A medida foi comunicada pelo Ministério de Energia da Arábia Saudita, país que compõe a organização, ao lado de países como Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, entre outros. Segundo o país saudita, “essa é uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo”, tendo sido feita de maneira voluntária. 

Os principais responsáveis pelas reduções são a Arábia Saudita e a Rússia, ambos com cortes na casa de 500 mil barris por dia. A Rússia, aliás, tinha comunicado a redução no mês passado. Já o Iraque anunciou que irá reduzir a produção em 211 mil barris por dia, enquanto os Emirados Árabes Unidos e o Kwuai reduzirão 144 mil e 128 mil barris por dia, respectivamente. A princípio, os cortes irão durar até o final de 2023.

Em outubro de 2022, a Opep+ anunciou um corte de dois milhões de barris de petróleo por dia. Na época, o governo dos Estados Unidos se pronunciou sobre a decisão, comentando que o movimento indicava um alinhamento da organização com a Rússia. Sobre o corte recente anunciado pela Arábia Saudita, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano tratou a medida como desaconselhável, “devido às incertezas do mercado”.

As reduções, somadas, representam um corte equivalente a 3,7% da demanda global, segundo cálculos da agência Reuters. Com isso, o preço do petróleo tipo Brent – referência no mercado – vem subindo, nesta segunda-feira 3. Até a última sexta-feira 31, o valor do barril estava abaixo dos 80 dólares, mas a barreira já foi superada na manhã de hoje. 

Outro fator que pode ser impactado diretamente pela medida é a inflação global, cujo crescimento vem sendo sentido desde o início da pandemia de Covid-19 e da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

No último dia 14 de março, a Opep publicou o seu último relatório mensal. Nele, a organização manteve a sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, estimando-a em 2,3 milhões de barris por dia. Segundo a organização, o aumento poderá ser significativo entre países que não compõe a organização, como o Brasil.

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