Objetivo da Rússia é mudar o governo da Ucrânia e OTAN não vai reagir, avalia Reginaldo Nasser

Para o professor, o início do conflito é um ponto sem volta: 'O jogo embaralhou porque a possibilidade de negociação, que já estava difícil, piorou'

Foto: Alexey NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

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O professor Reginaldo Nasser, docente do curso de Relações Internacionais da PUC-SP e colunista de CartaCapital, acredita que o objetivo da Rússia ao atacar regiões da Ucrânia que não são separatistas e nem ligadas a Moscou é mudar o governo do país vizinho, comandado por Volodymyr Zelensky.

Em entrevista ao Direto da Redação, boletim diário de notícias do canal de CartaCapital no Youtube, Nasser citou a diferença do discurso e da prática do presidente russo Vladimir Putin nas últimas 24 horas.

“De ontem para hoje mudou muito. O que se esperava é que Putin mandaria as tropas para as regiões que ele reconheceu como independentes”, disse Nasser nesta quinta-feira 24. “Mas se ele atacou sistematicamente a Ucrânia, há uma intenção política que é diferente daquela de ocupar região reivindicada”.

Para Nasser, o início do conflito é um ponto sem volta. Somente o primeiro dia da operação militar na região, segundo o Ministério da Saúde ucraniano, resultou em 57 pessoas mortas e 169 feridas.

“O jogo embaralhou porque a possibilidade de negociação, que já estava difícil, piorou. Agora não tem volta”, afirmou.

Na conversa, o professor acrescentou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte não reagirá à ofensiva. “A OTAN não vai além das declarações e sanções econômicas”, avalia. “Em Kosovo, na Sérvia, em 1999, não teve um combate terrestre. E lá não era uma grande potência nuclear como a Rússia”.


Nasser ainda apontou para o início de uma aliança entre Rússia, China e Paquistão que deve mudar a geopolítica. Assista a entrevista completa:

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