Mundo
O velho e o novo
Os eleitores jovens são a maior ameaça à permanência do MPLA no comando de Angola
Milhões de angolanos foram às urnas em uma eleição histórica descrita como “momento existencial” para o importante país da África Central, rico em petróleo, e um teste para a democracia numa ampla extensão do continente. A votação na quarta-feira 24 colocou políticos veteranos diante de uma geração de jovens eleitores que começam a entender que podem provocar uma mudança radical e escapar da sombra da Guerra Fria.
Observadores dizem que o descontentamento com o governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde que o país declarou independência de Portugal, em 1975, chegou a um ponto em que o partido só conseguirá garantir mais cinco anos por meio de aparelhamento e repressão. “É uma eleição existencial, e será uma disputa muito acirrada. Se houvesse eleições livres e justas, não há dúvida de que a oposição venceria, mas o governo não vai permitir”, afirma Paula Cristina Roque, analista e escritora independente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.