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O que se sabe sobre o brasileiro sequestrado no Equador?

Thiago Allan Freitas mora há três anos no país,é dono de uma churrascaria na cidade de Guayaquil, uma das cidades mais afetadas pela onda de violência no país

Foto: Reprodução/Redes sociais
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Um cidadão brasileiro – Thiago Allan Freitas, de 38 anos – foi sequestrado na manhã de terça-feira 9, no Equador.

Freitas mora há três anos no país e é dono de uma churrascaria na cidade de Guayaquil, onde o líder da principal facção do país, a Los Choneros, fugiu no último domingo 7.

Até o momento, contudo, não há indícios de que o sequestro tenha relação com a contraofensiva do narcotráfico equatoriano à imposição de um estado de exceção no país.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o filho do brasileiro relata que os criminosos entraram em contato com a família pedindo 3 mil dólares. No entanto, a família só conseguiu enviar apenas 1,1 mil dólares, e iniciou uma campanha virtual para tentar arrecadar parte do valor.

“Já enviamos todo o dinheiro que tínhamos. Não temos mais. Por isso recorro a vocês, que me ajudem com o que têm, com qualquer valor, é muito bem-vindo”, disse o jovem. “Se é US$ 1, US$ 2. Precisamos de verdade. Estamos desesperados. Não temos como fazer. Já pagamos US$ 1,1 mil, mas estão pedindo US$ 3 mil. Peço que nos ajudem. Muito obrigado.”

O irmão da vítima, Daniel Augusto disse ao jornal O Globo que Freitas estava negociando a compra de um carro, teria saído para encontrar o vendedor e não voltou mais.

O outro irmão de Freitas, Eric, que também mora no Equador, tentou negociar com criminosos, assim que receberam a ligação.

“O Eric começou a conversar com os sequestradores, tentou negociar. Inicialmente, eles pediram 8 mil dólares, mas depois disseram que a gente pode confiar que vão libertar o meu irmão se a gente chegar no valor de 3 mil, 4 mil”, conta Daniel.

Os familiares ainda não sabem as circunstâncias do sequestro. “A gente ainda não sabe se a pessoa que ia vender o carro tinha essa intenção ou se [o sequestro] foi no meio do caminho. Acho que meu irmão estava no lugar errado, na hora errada”.

O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha a situação com atenção e que investiga o caso junto às autoridades equatorianas. A Embaixada do Brasil em Quito, no Equador, também informou que monitora a situação.

Considerado há poucos anos um oásis de segurança na América Latina, o Equador vive agora, na prática, uma guerra civil.

A crise no Equador

O país, que acompanhava a crise do narcotráfico na Colômbia à distância, despertou nos últimos anos a atenção de facções criminosas internacionais, que viram no país a chance de ter um novo hub para armazenar e distribuir drogas na região. Isso deu mais poder para gangues locais, como os “Los Choneros” – cujo chefe mais famoso, o ‘Fito’, fugiu recentemente da prisão.

Em resposta à fuga de Fito, o presidente Daniel Noboa primeiro decretou estado de exceção no país. No dia seguinte, após uma invasão armada à TV estatal, dobrou a aposta e declarou que há um ‘conflito interno armado’. A população está sob toque de recolher e as forças armadas do Equador ganharam permissão para reagir com mais força e violência. Já são dez mortes e setenta prisões até agora.

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