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O que se sabe até agora a respeito do atirador de Las Vegas

O Estado Islâmico reivindicou o ataque, mas irmão diz que Stephen Paddock não tinha afiliação religiosa e era um sujeito normal

Pessoas procuram se esconder em meio a tiroteio em Las Vegas
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Stephen Paddock era um pacato contador público aposentado, de 64 anos, considerado um cara normal, sem histórico de violência, que vivia em um aprazível campo de golfe na cidade de Mesquite, Nevada – até matar pelo menos 58 pessoas em Las Vegas.

Na noite de domingo 1º, segundo informações da polícia, Paddock se instalou em um quarto do 32º andar do hotel Mandalay Bay, em Las Vegas, e disparou várias rajadas contra uma multidão que assistia a um festival de música country.

A polícia informou que Paddock foi encontrado morto em seu quarto, possivelmente depois de se suicidar. No local do óbito, havia pelo menos oito armas, algumas de cano longo.

Ainda se desconhece por completo as motivações de Paddock. Na manhã desta segunda-feira 2, o Estado Islâmico, grupo que em 2014 tomou grandes partes dos territórios da Síria e do Iraque, e realizou inúmeros atentados no Ocidente, reivindicou o ataque, mas não apresentou nenhuma prova. Em comunicados divulgados em inglês e árabe pela Amaq, a “agência de notícias” do ISIS, como também é conhecido o grupo, afirmou que Paddock havia se convertido recentemente ao islã e aderido ao grupo.

O Estado Islâmico está sendo duramente pressionado na Síria e no Iraque e pode estar buscando ampliar seu perfil político com o anúncio de que seria responsável pelas mortes. Para seus seguidores, que em geral suspeitam dos governos ocidentais, a reivindicação do ataque seria encarada como verdade mesmo se for negada.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso  poucas horas após o tiroteio. O chefe de Estado não falou sobre a reivindicação do grupo terrorista Estado Islâmico e prometeu visitar os moradores na próxima quarta-feira 4. O tiroteio foi um “ato de pura maldade”, afirmou Trump em um pronunciamento à nação a partir da Casa Branca. 

Dúvidas

Os familiares de Paddock já declararam não saber o que teria acontecido a esse homem em geral reservado e tranquilo.

Em entrevista ao Las Vegas Review-Jornal, seu irmão Eric Paddock afirmou: “Não temos ideia do que aconteceu. É como se um asteroide tivesse atingido nossa família”. Segundo ele, seu irmão não tinha qualquer vínculo político, ou religioso. “Nada. Nenhuma afiliação religiosa, política. Ele só saía para passear”, disse Eric à CBS News.

“Era apenas um cara normal. Algo se rompeu nele, algo aconteceu”, sugeriu. “Estamos em estado de choque”, desabafou Eric, de 55, que vive na Flórida.

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À rede NBC, Eric disse que seu irmão costumava viajar para Las Vegas para assistir a shows e apostar nos cassinos. “Ele não era um cara louco por armas, de modo algum”, comentou, também na entrevista à CBS News.

“Onde diabos ele arrumou essas armas automáticas? Ele não tinha antecedentes militares, ou nada disso”, acrescentou. “Ele era um cara que vivia em uma casa em Mesquite, dirigia até aqui e apostava em Las Vegas. Fazia coisas. Comia burritos”, completou seu irmão, ainda perplexo.

Abaixo, vídeo no Instagram mostra o momento do tiroteio:

De acordo com a polícia, Paddock não tem antecedentes policiais. Além de contador, tinha uma licença de piloto e permissão para caça de animais de grande porte, válida para o território do Alasca.

As informações públicas disponíveis indicam que morava em uma residência em um campo de golfe construído na pequena cidade de Mesquite, no deserto, na fronteira de Nevada com o Arizona. Segundo a polícia, o ataque cometido por Paddock deixou pelo menos 58 mortos e mais de 500 feridos. É o mais letal tiroteio já registrado na história recente dos EUA.

O maior tiroteio da história moderna dos EUA era, até então, o ocorrido na boate Pulse, em Orlando, na no estado da Flórida. Em 12 de junho de 2016, Omar Mateen, de 29 anos, matou 49 pessoas. Intolerante homofóbico, Mateen declarou fidelidade ao Estado Islâmicoantes de cometer o atentado.

*Com informações da AFP e da RFI

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