Mundo
O que está em jogo na visita do chefe da diplomacia chinesa ao Brasil
Visita de Wang Yi deve acontecer entre os dias 18 e 22, em meio a viagens à Jamaica e a países africanos
O Brasil deve receber, na próxima semana, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira 11, em Pequim, na China, o porta-voz da chancelaria do país asiático, Mao Ning, confirmou que Yi no Brasil e na Jamaica entre 18 e 22 de janeiro, embora não tenha especificado as datas das visitas em cada um dos países.
Do ponto de vista diplomático, a viagem deverá servir para “fortalecer a confiança recíproca” entre os países, de acordo com a chancelaria chinesa, que disse que será uma oportunidade para “aprofundar a cooperação amistosa e mutuamente benéfica em vários campos”.
Ao comentar o estado da relação atual com o Brasil e com a Jamaica, Mao Ning frisou que os países têm “posições iguais ou semelhantes em muitas questões regionais e internacionais”.
A chegada do chefe da diplomacia chinesa ao Brasil vai acontecer após a visita que ele fará, a partir do próximo sábado 13, a países da África, como Egito, Tunísia, Togo e Costa do Marfim.
Reaproximação
O ano de 2022 foi marcado por movimentos de aproximação diplomática entre Brasil e China, após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desincentivar a relação entre os dois países.
O presidente Lula (PT), por sua vez, escolheu a China como um dos primeiros destinos internacionais do seu novo mandato, em abril. Em mais de uma oportunidade, o governo brasileiro já defendeu que a moeda chinesa, o yuan, seja utilizada com mais frequência em transações internacionais. A ideia é que a prática reduza a dependência do dólar no comércio exterior.
Parte da aproximação também se explica pelo fato de que a China ocupa, há anos, o posto de principal parceiro comercial do Brasil.
Na semana passada, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço divulgou o resultado da balança comercial do país, mostrando que houve superávit recorde de 98,8 bilhões de dólares em 2023. Os números confirmaram que a China liderou as importações e exportações para o Brasil.
De acordo com a Secretaria, China, Hong Kong e Macau representaram os principais destinos dos produtos brasileiros, movimentando 105,6 bilhões de dólares. O montante representa um crescimento de 16,5% em comparação ao ano anterior.
Já as importações dos produtos das mesmas regiões totalizaram 53,9 bilhões de dólares. Embora a liderança permaneça com a China, o total importado representou uma queda de 12,4% em comparação a 2022.
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