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Novo giro diplomático de secretário dos EUA no Oriente Médio visa ‘pausar ofensiva israelense em Gaza’

Há temores de uma segunda ofensiva militar contra a cidade superlotada de Rafah, após os novos ataques israelenses em Gaza e os bombardeios na região também ocorridos no sábado

Novo giro diplomático de secretário dos EUA no Oriente Médio visa ‘pausar ofensiva israelense em Gaza’
Novo giro diplomático de secretário dos EUA no Oriente Médio visa ‘pausar ofensiva israelense em Gaza’
Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos. Foto: Reprodução
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Depois de mais bombardeios na Faixa de Gaza por Israel no sábado (3) que mataram dezenas de pessoas, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, realiza outra viagem para o Oriente Médio, neste domingo (4).

Blinken e sua comitiva devem deixar os EUA no domingo e visitar o Catar e o Egito, que estão atuando como mediadores, bem como Israel, a Cisjordânia e a Arábia Saudita, informou o Departamento de Estado.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pressionará pela libertação de reféns em troca de uma pausa na ofensiva israelense em Gaza durante sua viagem ao Oriente Médio, anunciou o Departamento de Estado ainda na sexta-feira. Blinken visitará o Qatar e o Egito, que estão atuando como mediadores, bem como Israel, a Cisjordânia e a Arábia Saudita, nessa que é sua quinta viagem ao Oriente Médio desde o início do conflito entre o Hamas e Israel.

O secretário de Estado “continuará com os esforços diplomáticos para chegar a um acordo que garanta a libertação de todos os reféns restantes e inclua uma pausa humanitária para fornecer assistência humanitária contínua e ampliada aos civis em Gaza”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Há temores de uma segunda ofensiva militar contra a cidade superlotada de Rafah (na fronteira com o Sinai, no Egito), após os novos ataques israelenses em Gaza e os bombardeios em Rafah também ocorridos no sábado. Nessa cidade de 200 mil habitantes, pelo menos 1,3 milhão de palestinos estão deslocados como refugiados, amontoados em abrigos e campos improvisados, ameaçados por escassez e epidemias.

Rafah novo alvo

Dezenas de pessoas foram mortas por ataques noturnos israelenses na Faixa de Gaza, em um momento em que o movimento palestino Hamas diz que precisa de mais tempo para estudar uma proposta para uma segunda trégua em sua guerra com Israel.

O Ministério da Saúde do Hamas disse no domingo que pelo menos 92 pessoas haviam sido mortas durante a noite. Um ataque israelense atingiu um jardim de infância em Rafah, onde as pessoas que fugiam dos combates haviam se refugiado, de acordo com a assessoria de imprensa do governo do movimento islâmico.

De acordo com um jornalista da AFP, o exército israelense continuou seus bombardeios em Khan Yunis, uma grande cidade no sul que foi parcialmente devastada e onde, segundo Israel, os líderes do Hamas estão escondidos.

Zona de amortecimento?

Israel está tentando criar uma zona de amortecimento dentro da Faixa de Gaza, que supostamente reforçaria a segurança no sul do país, invadindo um território palestino já apertado e aumentando os temores de graves violações dos direitos de seus habitantes. Em 7 de outubro, combatentes do movimento islâmico palestino Hamas realizaram o ataque mais violento de sua história, após romperem as cercas que deveriam impedi-los de fazê-lo.

Portanto, nas últimas semanas, o exército israelense começou a tornar inabitável uma faixa de 1 km de largura, de uma ponta a outra de Gaza, disse um especialista à AFP. Em sua parte mais estreita, o território não tem mais de 6 km de largura.

Mais de 30% dos edifícios nessa faixa de terra foram destruídos, disse Adi Ben Nun, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, com base em imagens de satélite. “É uma questão aberta, não é um segredo”.

Em janeiro, o chefe do exército israelense, Herzi Halevi, foi forçado a justificar “uma operação na zona de amortecimento entre as comunidades israelenses e Gaza”. Nada menos que 21 reservistas foram mortos, o pior número diário para Israel desde o início da guerra. O exército não respondeu às perguntas da AFP sobre essa estratégia.

Mas os especialistas agora estão apontando que o deslocamento forçado dos habitantes de Gaza pode constituir uma violação das leis da guerra.

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