Mundo
Polêmica sobre agência da ONU distrai da crise humanitária em Gaza, alerta OMS
O porta-voz lamentou que a discussão sobre a UNRWA, “por mais importante que seja, desvie a atenção dos quase 27.000 mortos, 70% deles mulheres e crianças” em Gaza
A polêmica em torno da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), com alguns de seus funcionários sendo acusados por Israel de participação nos ataques de 7 de outubro, “desvia a atenção” da crise humanitária em Gaza, lamentou a OMS nesta terça-feira (30).
“As atividades criminosas não devem ficar impunes. Mas a discussão atual serve apenas para desviar a atenção do que realmente acontece todos os dias, todas as horas, todos os minutos em Gaza”, declarou o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Christian Lindmeier.
Muitos países suspenderam o financiamento à UNRWA após as acusações israelenses, colocando em risco suas operações de ajuda à população civil da Faixa de Gaza, devastada por quase quatro meses de guerra e imersa em uma grave crise humanitária.
Lindmeier lembrou que o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos doadores “para não suspenderem o financiamento à UNRWA nesse momento crítico”, porque “prejudicará apenas a população de Gaza que precisa desesperadamente de ajuda”.
O porta-voz lamentou que a discussão sobre a UNRWA, “por mais importante que seja, desvie a atenção dos quase 27.000 mortos, 70% deles mulheres e crianças” em Gaza.
Em 7 de outubro, combatentes do Hamas lançaram um ataque em território israelense que deixou 1.140 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo um relatório da AFP baseado em números israelenses. Entre os mortos, estavam mais de 300 soldados.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.