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Novo dia de protestos na França contra a Reforma da Previdência

A nova manifestação busca aumentar a pressão sobre os deputados, que têm até sexta-feira para se pronunciar sobre a reforma

Foto: Richard BOUHET / AFP
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A França vive nesta quinta-feira (16) seu quinto dia de protestos contra a Reforma da Previdência a pedido dos sindicatos, enquanto aguarda a greve de 7 de março que pretende “paralisar” o país.

A nova manifestação busca aumentar a pressão sobre os deputados, que têm até sexta-feira para se pronunciar sobre a reforma, mas deve ser menos numerosa em meio às férias escolares de inverno em grande parte da França.

“Sejamos numerosos nas manifestações”, pediu na véspera Laurent Berger, do sindicato CFDT, que junto com os demais dirigentes sindicais se manifestará em Albi (sul) para destacar a importante mobilização fora de Paris.

Seu objetivo é que o governo retire sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e de adiantar para 2027 a exigência de contribuir 43 anos (e não 42 como agora) para receber uma aposentadoria completa.

A maioria dos franceses – dois em cada três, de acordo com as pesquisas – se opõe à reforma. Em 31 de janeiro, foi registrada a maior manifestação contra uma reforma social em três décadas — entre 1,27 e 2,8 milhões de pessoas.

Mas o presidente liberal Emmanuel Macron está determinado a continuar, argumentando que seu plano evitaria um déficit futuro no fundo de pensão e aproximaria a idade de aposentadoria de seus vizinhos europeus.

Nesta quinta-feira, a greve afeta em menor grau o serviço ferroviário e o transporte público de Paris, que funcionam quase normalmente. Mas o aeroporto parisiense de Orly cancelou 30% de seus voos.

A greve na empresa EDF provocou uma queda na produção de energia elétrica de mais de 3.000 MW, o equivalente a três reatores nucleares, embora não tenham acontecido cortes no fornecimento.

Todos os olhos estão voltados para a Assembleia (câmara baixa). Os sindicatos enviaram uma carta aos deputados, exceto os ultradireitistas, para pedir que rejeitem o adiamento da idade de aposentadoria.

Mas não é certo que o texto possa ser votado antes de sexta-feira, quando seguirá para o Senado. O governo optou por um procedimento polêmico que permite aplicar a reforma no final de março, caso as duas casas do Parlamento não se pronunciem.

Diante da situação, a ultradireitista Marine Le Pen anunciou uma moção de censura para que os deputados contrários à reforma se manifestem, o que não tem perspectivas de prosperar devido ao isolamento imposto pela esquerda ao grupo de extrema-direita.

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