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Na ONU, Brasil volta a condenar o embargo dos EUA a Cuba

Vários países também rejeitam o rótulo de ‘terrorista’ aplicado à ilha pelos americanos

Lula e o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. Créditos: Ricardo Stuckert
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O Brasil mudou de posição no governo Lula e voltou a condenar na Organização das Nações Unidas o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba. Em votação nesta quinta-feira 2, durante uma sessão da Assembleia Geral da ONU, o País foi um dos 187 contrários ao bloqueio. Houve uma abstenção (da Ucrânia) e dois apoios ao embargo: dos próprios americanos e de Israel.

Em 2019, durante o governo Bolsonaro, o Brasil revisou sua posição histórica e se colocou a favor do bloqueio. Nos dois últimos anos, contudo, optou pela abstenção.

No discurso de abertura da Assembleia Geral anual da ONU, em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia criticado o embargo, e as tentativas americanas de dar a Cuba a pecha de ‘terrorista’. “O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo”, prometeu.

Embaixadores de alguns países na ONU aproveitaram a votação desta quinta-feira 2 sobre o embargo para também condenar o carimbo de “terrorista” aplicado a Cuba. Chile, Colômbia, El Salvador, Rússia e Espanha manifestaram-se nesse sentido. “Sem justificativa evidente, tem introduzido obstáculos adicionais às transações financeiras internacionais com a ilha”, afirmou a espanhola Ana Jiménez de la Hoz.

O selo de “terrorista” leva empresas, bancos e nações a se negarem a liquidar negócios financeiros de Cuba.

A ilha recebeu o rótulo de “país patrocinador do terrorismo” por parte dos EUA em janeiro de 2021, poucos dias antes de Donald Trump deixar a Casa Branca. Tinha sido excluída da lista em 2015. O presidente americano de então, Barack Obama, reatara as relações diplomáticas dos EUA com os cubanos, rompidas em 1961.

Na sessão da ONU desta quinta-feira 2, o representante diplomático do G77, Godfrey Kwoba, de Uganda, declarou: “O único que sabemos de Cuba é sua amizade e e solidariedade. Não sabemos nada”.

O G77, bloco de países emergentes, se reuniu em Havana em 16 de setembro. Também naquela ocasião, Lula e criticou o embargo e o rótulo dos americanos contra Cuba. “Embargo econômico ilegal”, disse. “Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”.

Oito dias depois, a embaixada cubana em Washington havia sido alvo de um ataque terrorista. Um indivíduo atirou dois coquetéis molotov contra a repartição. Ninguém se feriu. O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, assinalou na época ter sido “o segundo ataque violento contra a embaixada”.

O outro acontecera em 30 de abril de 2020. Um homem disparou cerca de 30 tiros contra a sede embaixada. Foi detido depois pelo serviço secreto americano por falta de posse de arma. Não houve feridos.

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